Futebol

Chegada de Luxa teve mudança na metodologia e estrutura tática do Vasco

Os embalos de sexta-feira à noite para o torcedor do Vasco estão marcados para às 20h30 (de Brasília), em São Januário. Contra o Internacional, Vanderlei Luxemburgo chegará ao seu quarto jogo no comando do time ainda sem vencer, mas com ligeira, porém já visível melhora na estrutura tática, postura e assimilação por parte dos jogadores.

Após dois empates (1 a 1 com Fortaleza e Avaí) e derrota para o Botafogo (1 a 0), o treinador e o Vasco precisam de sua primeira vitória. Isso até o profeta da obviedade sabe.

Depois de dois anos afastado da beira do campo, Vanderlei, 67 anos, mantém traços característicos de sua personalidade como treinador. O discurso e postura são apontados por alguns críticos como sendo ultrapassados, mas para quem vive o dia a dia do clube ainda surte efeito.

A mudança para os tempos de Alberto Valentim são temas de conversas internas e de diagnósticos de que a mudança de treinador deveria ter acontecido na virada do ano para o início de temporada.

É ver para crer: Vanderlei Luxemburgo e os desafios de fazer o Vasco engrenar — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

Desde que chegou, Vanderlei Luxemburgo tratou de não vender ilusões.

- A disputa do Vasco tem que ser bem clara para o torcedor: não é para ganhar campeonato ou vaga na Libertadores. É reconquistar a credibilidade e o respeito dos adversários. Não vamos ganhar o campeonato (...). O Vasco tem que se unir para sair dessa coisa. Manter-se na Primeira Divisão para o ano que vem.

Essa foi a declaração depois do segundo jogo no comando da equipe: empate amargo em 1 a 1 com o Fortaleza com gol sofrido no fim, em casa.

Em qualquer roda de bate-papo de torcedor vascaíno é clara a mesma preocupação de Vanderlei: manter-se na Primeira Divisão.

Vanderlei Luxemburgo Vasco — Foto: Carlos Gregório Jr / Vasco

Vivendo intensamente o dia a dia do clube em treinos integrais, conversas individuais e com o grupo, Luxemburgo não precisou de muito tempo para detectar dois problemas que, segundo ele, além da questão técnica, são determinantes para a derrocada de uma equipe: política conturbada e complicações financeiras. Isso o Vasco tem de sobra.

Algo que viveu também em sua passagem pelo Flamengo entre o fim de 2010 e o começo de 2012, na gestão de Patricia Amorim.

E, depois da derrota por 1 a 0 para o Botafogo, no domingo, Vanderlei fez questão de externar a situação:

- A parte política está latente faz tempo. Única coisa que eu conversei com o presidente é que ninguém gosta de trabalhar sem receber (...). A parte do salário me incomoda.

Metodologia e estrutura tática

Felipe Schmidt é um dos setoristas que acompanha o Vasco nos últimos anos pelo GloboEsporte.com. Vem dele as observações de mudanças com a chegada de Vanderlei:

"A metodologia de Luxemburgo é bem diferente da apresentada por Valentim. O veterano é adepto de treinos mais tradicionais, como coletivos, enquanto seu antecessor preferia trabalhos mais curtos.

Luxa mexeu na estrutura tática do time. Precisou de pouco tempo para armar uma equipe com três volantes e tentar priorizar velocidade. Valentim, que era bastante preocupado com a parte defensiva, tentava traduzir isso de outra forma, num 4-3-3.

Alguns jogadores perderam espaço com Luxemburgo. São os casos de Maxi López, que seria afastado para emagrecer e pediu rescisão na Justiça, Cáceres e Ribamar. O volante Marcos Junior foi a principal novidade, passando a ser titular nas duas últimas partidas".

Bruno Giufrida, outro que segue o dia a dia do Vasco pelo GloboEsporte.com, cita a parte do campo e bola e também fora dele:

"Longe das câmeras e do campo, a chegada de Luxemburgo mexeu com o dia a dia do Vasco. Jogadores dizem que o histórico do treinador e seu método de trabalho deram 'uma chacoalhada' no elenco, que já estava na lanterna do Campeonato Brasileiro. Conversas no gramado antes dos treinamentos viraram rotina. O técnico tenta, a todo momento, levantar o moral dos atletas.

Enquanto isso, Luxemburgo já dá sua cara à equipe. Nas últimas partidas, escalou o Vasco com três volantes. As ideias do treinador levam o Cruz-Maltino a ter formações mais fechadas para diminuir os gols sofridos. Em suas avaliações, o experiente técnico entendeu que precisava reforçar a proteção à zaga, por isso os três homens ali na frente. Já é possível observar atuações mais seguras e menos expostas".

As mudanças e uma melhora ainda em progressão são visíveis nos três jogos sob nova direção.

Os problemas financeiros e políticos não serão resolvidos de um dia para o outro. A solução mais prática e imediata está nas mãos de Luxemburgo e nos pés dos jogadores: vitória sobre o Internacional é o primeiro passo.

No Vasco e para Vanderlei, mais do que nunca é preciso vencer até mais do que convencer. Só assim, como diz o próprio técnico ao ser perguntado se está velho ou acabado para o futebol, continuará "apontado para o céu" e não para baixo e iluminado pela lanterna do Campeonato Brasileiro.

O Vasco é o último colocado do Brasileirão, com apenas três pontos após sete jogos disputados: três empates e quatro derrotas. Contra o Internacional, às 20h30 desta sexta em São Januário, tenta se afastar da 20ª posição na tabela de classificação.

Fonte: ge
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