O Vasco deve apresentar na manhã desta sexta-feira, depois do treino realizado em São Januário, seu mais novo jogador. O atacante André desembarca na Colina com status de principal contratação para a disputa do Campeonato Brasileiro, mas também reforça uma outra estatística: é nada menos que o oitavo nome do elenco cedido por empréstimo de outros clubes, um retrato dos tempos de vacas magras e escassos recursos para investimentos.
André foi repassado pelo Santos até dezembro. O mesmo vale para os laterais Elsinho (Tombense) e Yotún (Sporting Cristal), o volante Fellipe Soutto (Atlético Mineiro), os apoiadores Pedro Ken (Cruzeiro), Alisson (Cruzeiro) e Fábio Lima (Atlético-GO), e o atacante Leonardo (Atlético Mineiro).
O número é o maior entre os quatro grandes do Rio. A diferença para os rivais Botafogo, Flamengo e Fluminense sinaliza alguns problemas que o Vasco deverá ter no futuro próximo. Por mais que surpreenda no Brasileiro, dificilmente o técnico Paulo Autuori estará livre de um desmanche do atual elenco, uma vez que a maior parte dos jogadores emprestados foram cedidos sem opção de compra ou preço dos direitos pré-fixados.
Assim, os planos da comissão técnica de fazer um trabalho a longo prazo e criar um grupo entrosado, junto há muito tempo, como acontece nas Laranjeiras e em General Severiano, ficam comprometidos de cara.
A perspectiva é de que esse número fique ainda maior em breve. O diretor de futebol René Simões tem viagem marcada para Belo Horizonte neste fim de semana com o objetivo de trazer mais três ou quatro jogadores do Cruzeiro. Todos emprestados.
Em São Januário, a esperança de quebra no ciclo vicioso de empréstimos de jogadores é depositada no reparcelamento da dívida com a Fazenda Nacional, que serviria para liberar receitas penhoradas e abrir perspectiva de o clube obter certidões negativas de débito e aumentar o poder de investimento.