A pele rubro-negra há muito tempo mudou de cor. Já teve os tonalidades de Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e Santos, no Brasil. Auxiliar do técnico Jorginho, no Vasco, o ex-jogador Zinho, bicampeão brasileiro pelo Flamengo, em 87 e 92, está convicto de que o passado no clube rival não lhe fechará a porta dos corações cruz-maltinos.
- Venci e perdi. Não vou esquecer o que vivi como jogador. As vitórias e derrotas vão ficar comigo para sempre. Mas sou um profissional, e quem está no futebol vira cidadão do mundo. Não posso ficar em casa, sentado, olhando a parede e o passado - afirmou Zinho, em entrevista ao Blog Extracampo.
A família aprovou. Principalmente o pai, seu Crizan, um paraibano que já tinha até enterrado sua raiz vascaína quando Zinho começou a dar frutos como jogador do Flamengo.
- Meu pai é a única ligação que eu tinha com o Vasco. Quando veio da Paraíba, antes de eu ser jogador, ele era vascaíno. Mas a família acaba sendo Zinho Futebol Clube. Eu levo o prato de comida para casa.
Nas ruas, a demonstração de carinho dos vascaínos vem entusiasmando Zinho.
- Não sinto rejeição. Recebi muita palavra de carinho. E o torcedor do Flamengo também entendeu que sou um profissional. Já vivi outras vezes aquela situação de quarta-feira (a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo) em outro clubes. Já enfrentei o Flamengo várias vezes.
Assim como o passado é página virada num livro de memórias, a vitória sobre o Flamengo é também assunto superado. Toda a atenção no momento está voltada para o jogo de sábado, contra o Goiás, a partir das 18h30, pelo Campeonato Brasileiro. Tirar o Vasco da lanterna e, aos poucos, da zona de rebaixamento são as missões urgentes.
- Se estivesse tudo maravilhoso, não teriam trocado (o treinador), né? Enquanto não for impossível, a gente vai buscar. Estou feliz e confiante.