Eurico Miranda corre o risco de sofrer impeachment na presidência do Vasco. Segundo o promotor do Ministério Público do Rio, Rodrigo Terra, que apura as irregularidades na Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), o processo judicial no qual o dirigente cruzmaltino foi condenado a 10 anos de prisão, por sonegação de impostos, pode ser fatal para a cassação do mandato-tampão exercido por ele no Vasco.
Baseado na Lei Pelé, o promotor afirma existir a possibilidade do afastamento de Eurico, caso se confirme em última instância a condenação do dirigente. É incompatível para um clube de futebol ter um presidente respondendo a processo criminal. Isso fere o Estatuto do torcedor e a Lei Pelé, explica Rodrigo Terra.
O promotor já move um processo contra o dirigente na 4ª Vara Empresarial do TJ pedindo a destituição de Eurico do cargo, alegando que o dirigente feriu o Estatuto do Torcedor ao não oferecer lugares seguros para que os torcedores adversários adquirissem ingressos para a semifinal da Copa do Brasil do ano passado, em que o Vasco enfrentou o Fluminense. Essa condenação de sonegação pode ajudar também a afastá-lo neste processo, pois mostra a incompatibilidade dele em dirigir um clube e saber conviver socialmente, diz Terra.
Para Luiz Américo, diretor jurídico do Movimento Unido Vascaíno (MUV), que faz oposição a Eurico no Vasco, a condenação do dirigente pode também ajudar no processo que corre na 15ª Vara Cível, que pede a convocação de novas eleições para o conselho deliberativo do clube. Essa condenação é mais uma prova do caráter do Eurico e da sua incapacidade para dirigir o Vasco. Só espero que o juiz que for julgar o caso leve isso em conta, pois isso é possível, ressaltou.
O ex-senador Geraldo Althoff, que foi relator da CPI do Futebol, comemorou a condenação e afirmou que a decisão foi, em parte, baseada em investigações realizadas pela comissão. Tinha certeza que iriam pegar o Eurico. Isso serve de exemplo para futebol brasileiro, disse Althoff.