O Vasco sofreu sua 12ª derrota no Campeonato Brasileiro e segue na zona de rebaixamento. Mesmo jogando fora de casa, o time da Colina tem muito a lamentar entre os fatores que construíram o resultado negativo. Pênalti não marcado pelo árbitro, expulsão infantil que limitou uma possível reação do time, pênalti estabanado cometido pelo goleiro e chance clara desperdiçada pelo principal atacante do time. Problemas à parte, o time de Dorival Júnior precisa se reorganizar rapidamente em busca da reação, pois ocupa a 18ª posição da tabela, com 32 pontos, e a ameaça é real. O ponto positivo, uma outra atuação firme do zagueiro Cris, que vai se estabelecendo na zaga vascaína.
OS ERROS
Dois erros em sequência do árbitro André Luiz de Freitas Castro complicaram o início de jogo do Vasco em Criciúma. Primeiro no ataque, quando Marlone recebeu a bola na área e foi empurrado por trás por Suelinton. Pênalti claro, segundo avaliação do analista de arbitragem da TV Globo, o ex-árbitro Renato Marsiglia, e que foi ignorado. O time catarinense ficou com a bola e, no lance seguinte, Serginho chutou, e a bola bateu na mão de Cris na entrada da área. Na opinião de Marsiglia, o zagueiro, apesar de não estar com a mão colada ao corpo, não teve intenção de levá-la à bola, principalmente em razão da velocidade do lance. Ainda assim, o árbitro marcou falta. Na cobrança, gol do Criciúma. Pelo menos André Luiz de Freitas Castro usou o mesmo critério no pênalti marcado para o Vasco, no qual a bola chutada por Willie bateu na mão de Matheus Ferraz.
OS DESARMES
O zagueiro Cris teve um começo complicado no Vasco. Muitas críticas, vaias e desconfiança. Aos poucos, no entanto, vai se estabelecendo como figura central da zaga. Depois de uma boa atuação contra o Fluminense no meio da semana, com 15 desarmes, o jogador voltou a se destacar no quesito diante do Criciúma. Bem nas antecipações e no combate direto, Cris liderou a partida em desarmes, com 11, e muitas vezes precisou se desdobrar para atenuar as bobeadas do companheiro Renato Silva, que teve atuação fraca. Ele conseguiu também duas roubadas de bola - quando a tira do adversário e fica com ela - e cometeu apenas uma falta em toda a partida, infração que acabou lhe rendendo o cartão amarelo. Mas não conseguiu evitar os três gols do time catarinense e a derrota vascaína no Sul.
A PRECIPITAÇÃO
Outro jogador muito questionado com suas atuações pelo Vasco deu um motivo a mais para as queixas da torcida. O goleiro Diogo Silva está longe de ser unanimidade, seja entre torcedores ou mesmo nos bastidores de São Januário. Conta com o apoio do preparador de goleiros, Carlos Germano, mas ouve a todo momento notícias de pedidos pela sua saída. Depois de ganhar um voto de confiança e a garantia de que seria titular em uma sequência de jogos após o rodízio promovido no gol, parece ter se enchido de confiança, e as atuações melhoraram. Mas em Criciúma voltou a vacilar e comprometeu o resultado. O pênalti cometido em Lins foi desnecessário, uma precipitação do goleiro, pois o atacante caminhava rumo à linha de fundo. Wellington Paulista cobrou, fez 3 a 2, que acabou sendo o placar final. Uma falha que compromete a atuação de Diogo Silva, que vinha até bem e terminou o jogo com três defesas difíceis e não teve culpa nos outros gols do time catarinense.
O DESCONTROLE
O atacante Willie vem conquistando seu espaço no Vasco: são cinco gols marcados neste Campeonato Brasileiro, incluindo um no último clássico contra o Flamengo. Mas prejudicou muito o time com sua expulsão diante do Criciúma. O jogador, de 20 anos, se descontrolou ao receber o cartão amarelo no segundo tempo, ao interromper um contra-ataque, e empurrou o árbitro André Luiz de Freitas Castro. O cartão vermelho foi consequência natural, e o Vasco, com um jogador a menos e já perdendo por 3 a 2, teve sua vida muito dificultada no Heriberto Hülse. Willie entrou no intervalo no lugar de Francismar e vinha até bem no jogo, participando da jogada que gerou o pênalti convertido por André para empatar a partida. Mas agora terá muito a explicar ao técnico Dorival Júnior.
A CANELADA
O Vasco jogava com um a menos no Heriberto Hülse, era ameaçado e por pouco não sofreu o quarto gol, mas ainda assim poderia ter saído de Criciúma com um resultado melhor. A chance caiu nos pés do jogador certo, André, o homem designado para marcar os gols do time. Aos 26 minutos, ele disputou o lance pelo alto com Fabio Ferreira, o zagueiro falhou, e a bola sobrou na frente de André dentro da área, quicando, pronta para ser chutada. Mas o atacante pegou mal, meio de canela, meio com o pé, e errou o alvo. Foi uma das quatro finalizações do camisa 9, que deixou sua marca em Criciúma, de pênalti, e já tem 11 gol no Brasileirão, mas que deixou escapar uma chance de ouro de dar o empate ao Vasco em um jogo extremamente complicado.