A proposta era ter mais a posse de bola e conseguir dominar o Cruzeiro pelo meio de campo. A ideia funcionou até meados do primeiro tempo, mas faltou objetividade e criatividade. Os cinco homens no setor - Diguinho, Guiñazu, Jackson Caucaia, Jhon Cley e Emanuel Biancucchi - não conseguiram contribuir no ataque e tampouco fizeram do time melhor na defesa. Um exemplo foi o que aconteceu no primeiro gol. Caucaia perdeu a bola em disputa no campo de ataque e o argentino não foi rápido o suficiente na recomposição. A mudança pensada pelo técnico Doriva nos dias de treinos em Mangaratiba se desmoronou rapidamente.
Até antes do gol cruzeirense o que se viu em campo foi um time que não encontrava a melhor forma de atacar. O novo esquema se mostrou ineficaz contra um Cruzeiro fechado. Doriva apostava que o Vasco poderia jogar "por dentro", como disse na coletiva de imprensa. De fato, as jogadas pelas laterais foram raras. Sem Julio dos Santos, Madson, que aparentou cansaço desde o início da partida, subiu bem menos ao ataque. O experiente Julio César chegou a fazer boa jogada pela esquerda, mas também foi pouco efetivo.
Foram os zagueiros Rodrigo e Luan, que tinham liberdade para conduzir a bola, quem levaram o time o time à frente desde o início - veja alguns lances no vídeo acima. Nos pés do jovem prata da casa vascaíno saiu a tabela de Jhon Cley com Gilberto, que finalizou para fora. Rodrigo, que fez um golaço em cobrança de falta, tentou lançamentos de longe. Não acertou nenhum.
Responsáveis por buscar a bola um pouco mais recuados e se aproximar de Gilberto, Jhon Cley e Emanuel Biancucchi só funcionaram nos primeiros minutos. O argentino, que caiu bastante no segundo tempo e se tornou presa fácil para a marcação cruzeirense, foi responsável pela segunda finalização do primeiro tempo. Ele recebeu bola de Cley na entrada da área e chutou com perigo no início do jogo. Outra finalização, também para fora, "Manu" só deu na segunda etapa. O terceiro chute a gol do primeiro tempo foi de Luan, em sobra de escanteio.
- A ideia era jogar por dentro com um homem a mais no meio de campo. Tive o Jhon Cley e o Emanuel e até acho que em alguns momentos conseguimos o que a gente ambicionava, jogar pro dentro. Estas foram as possibilidades que encontramos, pois Dagoberto e Rafael Silva estão lesionados e não pudemos contar com eles. A gente tentou dessa maneira e a equipe até se portou bem no primeiro tempo. Depois Diguinho sentiu incômodo na coxa, precisei substituir e aí voltei a jogar como jogamos sempre, num 4-2-3-1, com mais velocidade na beirada, mas não conseguimos produzir o suficiente - disse, frustrado, o técnico Doriva.
No segundo tempo, com Yago insistindo nas jogadas individuais e irritando os torcedores nas sociais, o panorama não mudou muito. Rodrigo e Luan continuaram subindo para tentar ajudar o ataque. E os espaços continuaram aparecendo. No terceiro gol - veja o detalhe na imagem abaixo -, Luan cruza da intermediária e no rápido contra-ataque, a bola bateu em Guiñazu e sobrou livre para Leandro Damião, que ignorou Rodrigo e fechou o caixão vascaíno.