Após diminuir o ritmo na temporada passada e dar esperança de dias melhores aos treinadores de futebol, a tradicional e temida dança das cadeiras está de volta no Brasileirão 2013. Entre os demitidos e os que pediram o boné, a competição registra 16 trocas de comando até a 19ª rodada. Na última edição, apenas sete técnicos haviam perdido o emprego a essa altura do campeonato: Hélio dos Anjos, Falcão, Argel Fucks, Joel Santana, Dorival Júnior, Emerson Leão e Vagner Mancini.
Neste ano, o primeiro que teve a ‘honra’ de puxar a fila dos treinadores demitidos foi Muricy Ramalho. Ele rescindiu o contrato com o Santos no fim de maio depois da segunda rodada, devido a uma reformulação após a saída do craque Neymar para o Barcelona. Para o seu lugar, a diretoria efetivou o treinador do time sub-20, Claudinei Oliveira. Após quatro meses parado, Muricy assumiu o São Paulo nesta terça-feira na vaga de Paulo Autuori, que é o mais recente desempregado a provar o sabor amargo da instabilidade da profissão. Por sinal, Autuori já havia comandado o Vasco até a sexta rodada do Brasileirão. Mas pediu as contas por estar insatisfeito com o fato de a diretoria cruz-maltina não ter cumprido o prazo prometido para quitar os salários atrasados.
Outro número representativo na Série A é a quantidade de times que mudaram o seu staff. No primeiro turno, 12 dos 20 clubes trocaram o comando técnico. Em 2012, somente seis times optaram por mudanças na metade do campeonato: Atlético-GO, Bahia, Flamengo, Internacional, São Paulo e Sport. O Figueirense só não figura na lista porque naquele momento o time era comandado interinamente por Abel Ribeiro.
Na atual edição, o time que mais mudou foi o lanterna Náutico com três trocas. Silas comandou a equipe no início da competição nacional, mas com a eliminação da Copa do Brasil e do Campeonato Pernambucano acabou sendo demitido ainda na terceira rodada do Brasileirão. Depois chegou Zé Teodoro que não resistiu à derrota por 3 a 0 para o Criciúma, na 14ª rodada e foi mandado embora. Jorginho assumiu o posto, no entanto, após mais um revés no Timbu, dessa vez para o Vasco por 3 a 0, ele entregou o cargo. A diretoria do time pernambucano optou por uma solução caseira e efetivou Levi Gomes. Outros dois integrantes da zona de rebaixamento aparecem logo atrás do Náutico com duas mudanças no comando técnico: Ponte Preta e São Paulo.
A tese dos treinadores, que soa como um mantra, de que o trabalho a longo prazo é a fórmula para o sucesso, vem sendo comprovada no Brasileirão 2013. Tanto que dos oito primeiros colocados, seis mantêm os treinadores desde o início da competição: o Cruzeiro, de Marcelo Oliveira, e o Botafogo, de Oswaldo de Oliveira, líder e vice-líder, respectivamente. Depois na sequência aparecem o quinto colocado Corinthians, de Tite - o treinador há mais tempo no cargo com quase três anos à frente do time – o Internacional, de Dunga, o Coritiba, de Marquinhos Santos e o Goiás, de Enderson Moreira, que está no comando da equipe desde outubro de 2011. A exceção fica por conta do Atlético-MG e do Bahia. Campeão da Libertadores deste ano, o time comandado por Cuca está na beira da zona do rebaixamento (16ª posição). Já o Tricolor de Aço, do técnico Cristóvão Borges, chegou a integrar o G-4 por duas rodadas, mas caiu vertiginosamente na tabela e, no momento, ocupa o 13º lugar.