Evander foi criado como um tradicional camisa 10. Na base, era aquele meia que criava jogadas, com chutes certeiros e bom toque de bola. Com o técnico Cristóvão Borges, porém, já no profissional, no início de 2017, teve de encarar uma novidade: jogar como volante. Mas tudo voltou para seu devido lugar com a saída de Nenê neste ano.
O ex-camisa 10 deixou o Vasco na sexta-feira, um dia antes do empate em 0 a 0 com o Flamengo. Pego de surpresa, o técnico Zé Ricardo teve de optar por Evander na armação diante do rival. E viu resultado. O garoto, apesar do empate, foi bem e participou com frequência da partida. Depois, ele disse que precisaria de tempo para se readaptar à "nova" função, já que vinha atuando como volante.
Mais recuado, Evander tinha o costume de carregar a bola e ter mais tempo para pensar. Quando voltou a ser meia, no sábado, teve de se readaptar à velocidade de um setor ofensivo sempre marcado em cima pelos adversários. Nesta quarta-feira, na goleada por 4 a 0 sobre a Universidad de Concepción, o meia mostrou que não desaprendeu.
Além de ter feito dois dos quatro gols do Vasco, Evander deu solidez ofensiva para os visitantes: se movimentou com eficiência no ataque e criou boas jogadas, como de costume desde as categorias de base. O Cruz-Maltino cruzou apenas duas bolas para a área da Universidad de Concepción, e o armador foi quem mais finalizou (quatro vezes).
- Nem nos meus melhores sonhos eu ia imaginar uma estreia assim. Essa foi uma partida inesquecível - disse Evander.
Na nova-velha função, Evander, se conseguir mostrar tudo o que sabe, pode deixar o Vasco rápido e criativo. Enquanto busca um meia no mercado, o clube vai apostar no garoto, que, por enquanto, dá conta do recado.