Copa do Brasil coroou grande momento da história recente do Vasco

Quando Atlético-MG e Vasco entrarem em campo hoje, às 19h15 na Arena MRV, pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, estarão carregando uma trilha de ótimas memórias que a competição traz dos passados recentes dos dois clubes. Mineiros e cariocas somam três conquistas no torneio, todas elas acompanhando ótimos momentos esportivos que viveram.

Dono da casa e bicampeão da competição, o Galo viveu as emoções mais recentes do mata-mata brasileiro. Foram em 2021, quando o time conquistou a tríplice coroa nacional: além da Copa do Brasil, levou o Brasileirão e o Campeonato Mineiro. Hulk, ainda hoje referência do time, foi o artilheiro daquela edição da copa, com 8 gols. Marcou, de pênalti, o primeiro no jogo da ida (quando o Galo atropelou o Athletico por 4 a 0) e fez o da vitória no jogo da volta, placar de 2 a 1 sobre os paranaenses.

Na atual temporada, o camisa 7 igualou Diego Tardelli como maior artilheiro do clube no século, com 112 gols. Na Copa do Brasil, ainda busca o seu primeiro, para agregar aos 17 gols e oito assistências que soma em 39 partidas no ano.

Além de 2021, a Copa do Brasil também foi comemorada em 2014, no ano seguinte à maior conquista do clube mineiro: a Libertadores de 2013. O Galo fez clássico contra o Cruzeiro na decisão. Venceu as duas partidas (2 a 0 e 1 a 0), com gols de Luan e Dátolo na ida e do próprio Tardelli na volta para garantir dois gritos de “é campeão” em anos consecutivos para a torcida atleticana. Dez anos depois, com o Galo disputando a semifinal da Libertadores em paralelo (contra o River Plate), time e torcida querem que esses dois gritos voltem a ocorrer, mas desta vez no mesmo ano.

O técnico Gabriel Milito terá a volta do volante Otávio, recuperado de lesão no ombro. A lista de desfalques é grande: Deyverson e Fausto Vera não podem atuar por terem defendido outras equipes na competição, Saravia está suspenso e Alisson segue se recuperando de lesão.

Cruz-maltino ressurge na temporada

No Vasco, a Copa do Brasil remete à conquista de 2011, decidida em confrontos duríssimos contra o Coritiba (vitória por 1 a 0 na ida e derrota por 3 a 2 na volta). Éder Luis e Alecsandro (um dos artilheiros daquela edição, com cinco gols) balançaram a rede na decisão que marcou o último título nacional do cruz-maltino até o momento, e que ainda tem lugar especial no coração dos torcedores.

A conquista veio num ano em que o time disputou o título do Brasileirão até a última rodada contra o Corinthians. Na temporada seguinte, uma equipe que tinha os ídolos Juninho e Felipe (hoje diretor técnico) jogando juntos foi uma das favoritas na Libertadores, mas caiu nas quartas de final em jogos duríssimos contra o mesmo Corinthians.

Treze anos depois, o cenário é diferente. O cruz-maltino, que escapou do rebaixamento em 2023 e iniciou o ano com expectativas de crescer com mais recursos financeiros da SAF, viveu um carrossel de emoções: a saída de Ramón Díaz, a passagem relâmpago de Álvaro Pacheco e a consolidação do então interino Rafael Paiva como técnico da equipe, que levou o time a uma reta final de temporada com chances reais de ir a uma final até poucos meses inesperada.

Nos bastidores, ainda houve o afastamento da 777 Partners, antiga controladora da SAF, na Justiça, com o ídolo e presidente Pedrinho assumindo o futebol. O clube conseguiu fugir com sucesso das possíveis instabilidades.

— É uma oportunidade única, mas temos que desfrutar também. Fazia muito tempo que o Vasco não chegava nesse lugar, então tem que desfrutar, relaxar, mas encarar com a responsabilidade que merece. Estamos perto de um título. Temos que colocar a cabeça na quarta-feira e estarmos preparados para isso — analisou o Vegetti, artilheiro da competição com seis gols.

Vegetti, Léo Jardim, Payet, Piton, entre outros, são símbolo do espírito de luta do Vasco e alguns dos principais responsáveis por garantir o clube na Série A em 2024. Este ano, ganharam a companhia de nomes como o ídolo Philippe Coutinho e de atletas como Hugo Moura e João Victor, que fortaleceram a equipe defensivamente.

Para o jogo de hoje, Rafael Paiva terá que escolher um substituto para o atacante David, que se lesionou gravemente e está fora da temporada. Jean David é a primeira opção para a posição, mas uma dobradinha com o lateral Leandrinho no setor é uma possibilidade já testada. Rayan está suspenso.