Assim como alguém que termina um casamento, o Vasco começou vida nova ontem. Sem Romário. Não se pode dizer que a ausência dele no clube foi estranhada, até porque o Baixinho não aparecia sempre, mesmo sob contrato.
Mas, em alguns detalhes, podese perceber algumas mudanças.
Edílson assumiu o posto de líder do grupo, e já foi possível ver reflexos disso no treino de ontem, o primeiro da era pós-Romário.
Fim da atividade, os jogadores desceram para o vestiário. Edílson ficou em campo, conversando - como o Baixinho costumava fazer com membros da comissão técnica e até da diretoria, como o supervisor Nílson Gonçalves.
Os jogadores não admitem publicamente, mas a saída de Romário provocou alívio. Prova maior de que a relação entre eles não era tão próxima, foi o fato de o Baixinho não ter ido se despedir dos companheiros na quinta-feira.
O técnico Renato Gaúcho também está aliviado com os novos tempos em São Januário. Nas duas últimas semanas, ele teve de responder todos os dias às mesmas perguntas: \"Romário vai aparecer?\"
\"Já falou com ele?\".
- Saiu um peso das minhas costas. Só queria que, ele ficando ou saindo, a situação se resolvesse logo. Não agüentava mais esse assunto, espero que vocês não me perguntem mais sobre isso - solicitou Renato, aos repórteres.
As mudanças não se restringem ao ambiente fora de campo. Atacantes de velocidade, que costumam cair pelos lados, Edílson e Valdiram sabem que terão de se adaptar aos novos tempos sem Romário.
- Sei que vou ter de atuar mais enfiado, chegar mais na área agora que o Romário foi embora. Vou conversar com o Edílson para a gente ir alternando - disse Valdiram.
Outras coisas, porém, não mudaram. Por cautela ou por respeito, o fato é que a vaga destinada ao luxuoso carro do Baixinho, a mais próxima da porta de saída do vestiário, não foi ocupada por nenhum outro jogador. Assim como a camisa 11, parece eternizada para o craque. Em setembro, ele volta para retomá-las, a vaga e a camisa.