Nesta quarta-feira, o Cruzeiro recebe o Palmeiras, em duelo válido pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para bater os alviverdes e se aproximar da ponta da tabela, a "Raposa" conta com a solidez do zagueiro Dedé, um de seus principais destaques no ano e presença assegurada no jogão desta noite.
Jogador celeste desde 2013, quando foi comprado do Vasco por 5,5 milhões de euros (R$ 23,65 milhões, na cotação atual), o defensor só chegou à Toca da Raposa por conta de muita insistência do diretor de futebol Alexandre Mattos, que teve passagem de muito sucesso por Belo Horizonte e, curiosamente, hoje trabalha no Palmeiras, justamente o rival desta quarta.
Em entrevista à ESPN, Dedé lembrou que Mattos passou vários dias no Rio de Janeiro enquanto tentava convencer o zagueiro a trocar São Januário, onde possuía enorme admiração dos torcedores e era chamado de "Mito", pelo Mineirão, como parte do início do projeto cruzeirense que terminaria por render dois títulos seguidos do Campeonato Brasileiro.
O 63º maior brasileiro de todos os tempos confessa que titubeou bastante antes de aceitar fechar negócio com os mineiros, e ressalta que só o fez por conta da conhecida insistência de Alexandre Mattos, famoso por ser bastante persuasivo.
"Tudo só deu certo porque o Mattos fez um bom trabalho. Ele foi muito importante nisso (troca do Vasco pelo Cruzeiro), pois ficou sofrendo lá no Rio (risos)", recorda Dedé.
"Eu fiquei na dúvida de ir para Minas, e ele disse: 'Dedé, só vou sair do Rio quando você for embora junto comigo. Não interessa o que diga. Eu vou fazer um negócio bom para todos os lados e vou te levar'", conta.
Dedé durante partida entre Cruzeiro e Racing-ARG, pela Libertadores Gazeta Press
Só que a negociação se arrastou muito, já que o Vasco não queria perder seu principal jogador, e durou tanto que o dirigente teve até que passar por cima de outros imprevistos, como comprar novas roupas depois que as vestes limpas acabaram.
"Eu passei uma semana vendo o Alexandre quase todos os dias, mas ele falou que estava há bem mais tempo que isso no Rio. Teve um dia que ele até disse: 'Cheguei aqui com três trocas de roupa achando que ia ser rapidinho, mas tive que comprar mais (risos)'", sorri o zagueiro, hoje com 29 anos e dono de 17 jogos e dois gols marcados na temporada.
Vídeos, notícias, gols, estatísticas, jogos, análises e opinião ESPN: tudo para o fã do esporte na página especial do Vasco.
"Ele até hoje brinca comigo quando a gente se encontra: 'Dedé, você tá me devendo roupa pra caramba' (risos)", diverte-se.
A negociação só foi encerrada em 15 de abril de 2013, quando Dedé disse "sim" a Mattos, e o Vasco aceitou os termos oferecidos pelo Cruzeiro: 5,5 milhões de euros por 45% do passe do defensor, além de um salário R$ 100 mil maior do que o atleta, então com 24 anos, ganhava na Colina.
Na transação, também ficou definido que a "Raposa" emprestaria o jovem atacante Alisson, então recém-promovido das categorias de base, aos vascaínos, o que de fato aconteceu. No entanto, o atleta não se firmou em São Januário e retornou a Belo Horizonte depois de apenas quatro meses.
De acordo com Dedé, o negócio realmente foi bom para todas as partes, já que o Vasco necessitava urgemente de dinheiro para pagar dívidas, e a grana cruzeirense chegou em boa hora. Além disso, ele diz ter se sentido "em casa" em Minas Gerais desde a chegada.
"Era necessário que eu viesse ao Cruzeiro e desse renda ao Vasco para quitar algumas dívidas. Foi bom para todos. Fiz a minha parte lá e achei que estava na hora", salientou.
"Fui muito bem recebido em Minas. Cheguei ao aeroporto e tinha umas 3,5 mil pessoas para me receber! Foi uma festa danada, muito legal. No dia seguinte, fui apresentado pela diretoria no supermercado. Foi bem diferente (risos)", relatou.
O reencontro de Dedé com o amigo Alexandre Mattos começa às .21h45 (de Brasília), no Mineirão. Com 10 pontos e em 10 lugar na tabela, o time celeste precisa vencer o Palmeiras para se aproximar do líder Flamengo, que tem 14 pontos.