Tão logo souberam da notícia de que Maxi López havia pedido a rescisão de contrato com o Vasco, jogadores do elenco ligaram para o argentino. Tentaram demover o companheiro da ideia e chegaram a sensibilizar o atacante, que não esperava essa manifestação. Mas a mobilização deve ser em vão.
Isso porque o desgaste de Maxi López com a diretoria é grande e de longa data. Desde o início das conversas para a renovação do contrato, que vai até o fim do ano, o argentino se mostrou incomodado com a falta de acerto. Seu pedido salarial inicial não foi aceito, os valores vazaram na imprensa, e a relação não foi mais a mesma.
Ainda durante a disputa do Campeonato Carioca, as partes combinaram esperar o fim do torneio para voltar a negociar a renovação. Mas essa retomada nunca aconteceu. Nos últimos dias, pessoas próximas a Maxi já admitiam que um acordo era improvável e que o caminho natural seria apenas cumprir o contrato para buscar novos ares.
A constante briga de Maxi com a balança também influenciou nesse desgaste. O atacante nunca se sentiu respaldado pela diretoria neste tema. O último capítulo foi justamente o fato de ter sido cortado da viagem para a Fortaleza para que pudesse se condicionar fisicamente e perder quatro quilos. A ideia partiu da comissão técnica.
Desde o início de trabalho, Vanderlei Luxemburgo mostrou atenção especial a Maxi. Foi comum vê-lo conversando a sós com o argentino. Em entrevista coletiva, porém, deixou claro o tom de cobrança. Desde o início, havia estipulado a meta para que Maxi perdesse peso.
Em vídeo para explicar a decisão de deixar Maxi no Rio, Luxemburgo chegou a comentar que Maxi mostrou certa resistência com a medida.
- Na análise da comissão técnica, entendemos que o Maxi está fora daquilo que a gente quer que ele esteja. Estamos fazendo um trabalho individualizado com ele. Ele foi bastante amável, aceitou o que a gente propôs, até com um pouco de resistência, gostei dessa resistência dele porque queria estar com o grupo. Ele não viaja para Fortaleza - disse Luxemburgo.
Na sexta-feira, um dia depois de ser comunicado, o atacante procurou diretamente o presidente Alexandre Campello para buscar a rescisão amigável.
Possível continuidade no Brasil
Com a resposta positiva de Campello, as partes irão negociar. O empresário de Maxi, Daniele Piraino, será o responsável pelas tratativas, que devem se iniciar na próxima semana.
Maxi não descarta, inclusive, continuar jogando no Brasil. O jogador recebeu sondagens de outros clubes - no início do ano, por exemplo, chegou a ter uma consulta do Corinthians.
Ao todo, Maxi disputou 34 jogos pelo Vasco, marcando 11 gols. Em 2019, foram quatro gols em 19 partidas.