Carregar a camisa 10, imortalizada por ídolos do passado, nas costas tem um peso, mas está ficando a cada dia mais leve para Diego Souza.
Reencontrando o futebol que já o consagrou como o melhor do Brasil em 2009, o meia se torna jogo a jogo a referência do time do Vasco. O tempo no clube é pouco cerca de três meses e 13 jogos , mas suficiente para gerar a expectativa de que seja um dos personagens principais da decisão da Copa do Brasil contra o Coritiba, amanhã, em São Januário.
Experiência conta na final
No dia em que os desfalques de Éder Luís e Ramon foram confirmados, a responsabilidade só aumentou. Nada que assuste Diego Souza. Para quem tem sonhos grandiosos, como voltar a vestir a camisa verde e amarela, chegou a hora do craque.
Sua experiência, apesar dos 25 anos, será mais do que bem-vinda neste momento. Se na seleção brasileira, só entrou em campo um vez contra a Bolívia pelas eliminatórias da Copa da África do Sul o meia conta com a rodagem por outros clubes grandes e já participou de partidas decisivas suficientes para se deixar intimidar por uma decisão.
Ser experiente ajuda muito. Você já viveu aquilo, tem mais tranquilidade na hora de uma finalização. Sabe o momento de atacar, de jogar para frente. Se a situação está ruim, você segura, roda a bola. Só ganha isso com os anos que vão passando. Estou muito mais pronto garantiu Diego Souza.
Personalidade e futebol que Alecsandro, o companheiro de quarto nas concentrações, reforça.
Ele está voltando a ser aquele Diego Souza que todo mundo gostaria de ter no seu time. É jovem ainda, tem apenas 25 anos, mas, às vezes, precisa levar alguns puxões de orelha para querer mais. Tem que querer jogar, pensar em vestir a camisa da seleção, mostrar profissionalismo afirmou o atacante, de 30 anos.
E, desta vez, o crescimento de Diego Souza acompanha o de todo time, que se mostra unido no momento da decisão. Quando ganhou a eleição de melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 2009, o título não veio junto.
Em meio à crise interna de relacionamento entre jogadores, o Palmeiras viu a taça ir embora nas rodadas finais. O Vasco, que já viveu momentos de instabilidade no início do ano, aprendeu com os erros próprios.
Aquilo fez com que o time aprendesse a dar valor, mexeu com os jogadores para voltar a jogar bem. O segredo é trabalhar. Ricardo tem cobrado bastante, não tem deixado a peteca cair. É com trabalho que vamos conseguir disse Diego Souza.
Sem o atacante Éder Luís, que vai desfalcar o time pela primeira vez no ano por causa de lesão muscular na coxa esquerda, Diego Souza terá mais uma vez a companhia de Bernardo em campo.
Bernardo não joga pelos lados e, sim, mais por dentro. Temos que ter um entrosamento para ver quem cai pelos cantos, para dar opção ao Alecsandro. Temos características parecidas admitiu o camisa 10.
As mudanças táticas do time, que terá Márcio Careca, muito mais defensivo do que o titular Ramon, no entanto, não interferem no espírito da equipe. Respeito, sim; medo não.
Vamos procurar nos empenhar e jogar nosso futebol para fazer o resultado dentro de casa, importante é irmos para o segundo jogo com vantagem. O que não quer dizer que vamos atropelar, passar por cima do Coritiba afirmou o meia.
Paulo César Oliveira apita final
O Coritiba também terá desfalque para a final. Ontem, o volante Leandro Donizete foi vetado pelos médicos.
O jogador sofreu distensão muscular na batata da perna e ficou em Curitiba. O substituto deverá ser Willian, que se recuperou de lesão no tornozelo. O restante da equipe treinou em Araraquara, onde o time jogou contra o Corinthians, domingo, pelo Brasileiro. Hoje à tarde, depois do último treinamento, a delegação viaja para o Rio para se concentrar para a final, que terá a arbitragem do paulista Paulo César Oliveira.