Meses após deixar o comando do Vasco, Roberto Dinamite afirmou que, se pudesse voltar no tempo, não teria sido presidente do clube por dois mandatos. Em entrevista ao programa “Jogando em casa”, do Esporte Interativo, o ex-jogador, no entanto, disse não se arrepender de nada, mas deixou claro que jamais voltaria ao cargo e admitiu que sua imagem de ídolo do clube saiu arranhada.
- O torcedor mais do que nunca deseja que o time seja vencedor, conquiste os campeonatos, o que, infelizmente, no período em que estive à frente do Vasco, não aconteceu com a queda para a Segunda Divisão. Isso marca. Dizer que me arrependo, não. Mas se voltasse no tempo, não estaria dentro desse processo. Não entraria no processo. É diferente de você jogar, de atuar. Na parte administrativa, dentro do clube, quando você não tem pessoas com a mesma visão, objetivo. Não me arrependo de nada. Só acho que o Vasco para mim vai ser sempre maior. Acho que a minha imagem saiu arranhada em função disso. Mas quem conviveu, esteve no dia a dia, viu nossa realidade, entende que fizemos um bom trabalho.
Dinamite não se eximiu de culpa pelos insucessos do Vasco dentro e fora das quatro linhas, mas lamentou que o clube não tenha contato com o apoio de grandes vascaínos na parte administrativa especialmente durante seu segundo e último mandato.
- Não voltaria a ser presidente do clube. Se eu saio em 2011, teria dado minha contribuição e foi colocada uma situação de punir as pessoas e teríamos um presidente de consenso. Após minha reeleição, e mesmo hoje, não consigo enxergar essa união entre os grandes vascaínos, o que seria bom para o clube. Não me arrependo. Minha imagem como atleta, como jogador... mas essa outra parte, a administrativa, dependia de dentro do campo, mas também dessa outra parte, das pessoas que estavam envolvidas dentro do processo. Mas, no final, se o sucesso aconteceu, o presidente teve o mérito, mas se não aconteceu, o presidente é o culpado. Não me arrependo, mas acho que tivemos uma oportunidade de reunir todos esses vascaínos no segundo mandato, mas o que não aconteceu.
O ex-presidente vascaíno falou ainda que no primeiro mandato a mesma diretoria que hoje é criticada foi elogiada e disse que a situação financeira atrapalhou seu trabalho e impediu a manutenção do elenco campeão da Copa do Brasil.
- Essa mesma diretoria, em 2011, foi considerada entre todos os clubes uma das melhores administrações. A situação financeira do clube era bastante delicada. Até ali conseguimos administrar algumas coisas que não estavam dentro do que estava programado. Então começaram a aparecer situações que tínhamos que cumprir. Eram processos de 2001... No caso do Diego Souza, ele quis sair, tentei convencer, ele foi para o mundo árabe, não recebeu, voltou para o Brasil e até hoje o Vasco não recebeu. Essa e outras situações dentro da Justiça impossibilitaram o Vasco de manter o mesmo plantel. Dentro de uma realidade, deixei algumas dívidas, mas também paguei muitas. E isso gerou dificuldades.
Além de Dinamite, Zico também participou do bate-papo no programa do canal Esporte Interativo.