O presidente Roberto Dinamite fala sobre um fundo de investimento que será utilizado pelo Vasco para a contratação de jogadores.
\"A realidade do clube hoje permite ao Vasco projetar alguma coisa maior ou fazer investimentos com aquilo que o Vasco tem hoje? Não, então nós temos que buscar. Hoje, mais do que nunca, nós caminhamos para isso. Acho que é fundamental hoje, de uma forma muito clara. Vou deixar a coisa de uma forma muito objetiva e direta. Hoje, as pessoas que vão estar envolvidas dentro desse processo, são vascaínos que querem e podem ajudar o clube. Agora, essas pessoas não vão chegar e dar dinheiro para o Vasco. São investidores, pessoas que vão estar dentro de um processo, que hoje já é uma realidade. Hoje, por exemplo, o Carlos Leite faz um trabalho? Faz. Aí as pessoas questionam uma situação ou outra. Eu posso dizer, de uma forma muito clara, que esse trabalho que está sendo feito hoje no Vasco, é feito na maioria dos grandes clubes. A única diferença é que vai ser feito por vascaínos e pessoas que entendem que, naquele primeiro momento, o Vasco precisa de recursos para resolver problemas que a gente tem com os nossos funcionários, e também desse investimento que precisa ser feito para trazer novos jogadores. Em cima dessa realidade, nós queremos trabalhar de que forma? Que o Vasco determine, crie uma estrutura como hoje já existe dentro do futebol do Vasco, no que diz respeito às pessoas que estão ligadas diretamente à nossa administração, como o Rodrigo Caetano, que está lá em cima, o [José Hamilton] Mandarino. As pessoas que estão dentro desse setor, tanto do profissional como da base, que a gente tenha isso não para uma temporada, para um ano, mas de uma forma concreta e objetiva, o Vasco tenha aquela estrutura e possa receber o treinador ou um outro profissional que venha a trabalhar, mas que essa pessoa esteja preparada para estar dentro desse processo do Vasco, e não inverter a coisa\", disse no programa \"Só dá Vasco\", veiculado na Rádio Bandeirantes, na última terça-feira (08/12).
Muitos torcedores questionam se tal fundo investirá, por exemplo, na contratação do jovem lateral-esquerdo Ramon, que estava emprestado pelo Internacional-RS, se destacou no Vasco e, segundo notícias, é empresariado pelo próprio Carlos Leite.
O vice-presidente de finanças, Nélson Rocha, também fala sobre o fundo de investimento.
\"Nós estamos buscando alternativas criativas para trazer reforços, que não necessariamente sejam reforços que passem pelo orçamento do clube. Os investimentos, a gente pode estar fazendo a parceria com o Vasco tendo direito a isso, coisa que não se teve durante muitos anos. A gente, à medida em que tenha empresa, empresário investindo, trazendo algum jogador que venha para o clube, o Vasco ganha com isso também. Ele ganha uma participação no final, sem ter que investir. Em função da nossa dificuldade, nós estamos tendo que ter essa ação em conjunto com os empresários. Isso não significa que nós estamos esquecendo da base. Ao contrário, existe um trabalho feito pelo departamento de futebol, pela vice-presidência de futebol, para fortalecer toda a base do clube. A gente está formando novos talentos, porque isso gera recursos. Fora outras ações que nós teremos ao longo dos próximos anos.\"
\"Esse processo já se iniciou. Na realidade, isso é uma espécie de um fundo, mas na verdade é uma empresa de capital fechada, a exemplo de outros modelos que já existem, em que haverá cotas e terá a participação de vascaínos, sobretudo, que estarão investindo nessa empresa e adquirirão os direitos econômicos dos jogadores. Os direitos federativos ficarão por conta do Vasco. A gente vai estar fortalecendo o time. Caberá ao Vasco o pagamento dos salários, das luvas, que é a prática que hoje se utiliza. O Vasco, por ser a vitrine desses jogadores, ganhará. Serão vascaínos ajudando o clube para o investimento nos direitos econômicos desses atletas. Mas, ao mesmo tempo, ninguém quer nada de graça. Esses investidores, como são, apesar de vascaínos e de estarem querendo ajudar o Vasco, são investidores que serão remunerados por isso, como em qualquer outro investimento. A gente está caminhando.\"
\"No outro dia, eu escutei em uma rádio um comentarista dizendo \"Cadê os grandes vascaínos que iam botar dinheiro aqui?\", que \"Quando saiu fulano, disseram que ia ter grandes vascaínos\". Nós não queremos mais esse tipo de conduta de gestão ultrapassada, velhaca, que não leva a lugar nenhum. O Vasco é uma marca forte, e como uma marca forte, tem condição de resolver o seu problema sozinho. Não existe mais a possibilidade de se continuar fazendo um livrinho de ouro para tomar um dinheiro aqui e outro ali para poder salvar o Vasco. O Vasco é uma marca. Ela sozinha tem condição de se financiar. Aproveito também, ao mesmo tempo em que eu digo isso, de agradecer a todos os beneméritos, todos aqueles que ajudaram o Vasco em determinados momentos em que o Vasco precisava. O reconhecimento será eterno por parte do Vasco, dessa diretoria e, eu tenho certeza, dos futuros vascaínos, porque se existe alguma coisa que a gente se orgulha no Vasco, é o reconhecimento. A gente reconhece a importância das pessoas. Mas agora o Vasco vive uma nova fase, como uma entidade que tem capacidade de se gerir sozinha, sem que precise estar necessitando de uma doação de A ou B. Aproveitando e agradecendo a todos, dizer que o Vasco, hoje, é um Vasco profissional e que caminhará com as suas próprias pernas.\"