Para muitos atletas, foi a primeira vez em que não houve concentração na véspera de uma partida. A mudança de rotina que antecedeu o confronto com o Bangu, na última quarta-feira, nasceu da necessidade de protestar que o confronto contra o Bangu. No entanto, até mesmo aquele que seria o alvo da insatisfação confessou ter encarado a experiência como válida e, possivelmente, repetida numa situação em que esteja atrelada a dificuldades financeiras.
- Não ter concentração foi bom por um lado. Mostrou que é possível adotar esse esquema em jogos de menor importância. Talvez a gente adote isso em outros jogos, mesmo com os salários em dia. Os jogadores têm consciência do que têm que fazer. Eles tiveram o respaldo para não concentrar - disse o presidente.
Os jogadores admitem que gostariam de levar a ideia adiante mesmo depois que os salários estiverem em dia. Alecsandro confessa ser contra a concentração e teve a visão reforçada pela tranquila noite de sono na véspera da partida contra o Bangu.
- Já quebramos esse mito de que concentração ganha jogo. Sei que é um assunto delicado e alguns profissionais defendem. De qualquer maneira, é melhor dormir ao lado da minha mulher e com meu filho do que no hotel ao lado do Diego Souza. Nosso grupo é muito dedicado e profissional. Independentemente do que acontecer, nós vamos mostrar profissionalismo - garantiu.
Nilton também destacou que a vitória sobre o Bangu mostrou que comprometimento supera o conceito de concentração quando se trata da véspera de uma partida.
- Sabemos que é correto concentrar, mas foi uma maneira de reivindicar. Foi possível ver que todos estão seguindo uma linha só. Concentração deixa o time ainda mais unido, mas, por outro lado, não concentrar não deixa de ser uma boa ideia. Foi bom ficar em casa com o aconhego da esposa e escutando o chorinho da filha. Sabíamos da responsabilidade que tínhamos em relação ao resultado da partida, mas mostramos dedicação e força de vontade - frisou.