Se de um lado veio a pancada, o outro respondeu com carinho. Na primeira aparição pública após o rebaixamento do Vasco, Edmundo bradou contra a atual diretoria e disse que foi tratado como \"qualquer um\" no clube nos últimos meses de 2008. Pois então, Roberto Dinamite resolveu responder com afeto. Surpreso com a decisão do Animal de seguir jogando, após anunciar o fim da carreira, o presidente abriu as portas de São Januário para o jogador ter um fim de carreira menos melancólico do que o apresentado após a derrota para o Vitória, em 7 de dezembro.
- Vamos conversar com ele e ver isso. Espero que na segunda-feira ele possa estar mais tranqüilo. Temos que manter as coisas bem claras. Vale sentar e ver o que é possível dentro do que consideramos o mínimo de respeito. Se ele achar que há a possibilidade de seguir, acho interessante encerrar a carreira de uma forma bonita. De repente no Carioca, como eu fiz, sem querer comparar.
Segundo o dirigente, o assunto só não foi tratado anteriormente pelo fato da aposentadoria de Edmundo ter se tornado pública durante toda a temporada. Sendo assim, o foco ficou em cima de situações emergenciais.
- Quando encerrei a carreira, a decisão foi minha. Ele que tem que definir isso. Se não foi procurado antes, foi porque disse que ia parar. Até em razão da situação atual do clube, precisamos resolver logo alguns pontos, sem dar prioridade para isso ou aquilo.
Tanto cuidado ao falar do ídolo, no entanto, não impediu Roberto Dinamite de expressar o desconforto pelas palavras do jogador. O presidente reforçou que sempre tratou todos no Vasco com respeito e educação, e que o baque emocional pelo rebaixamento do clube não foi maior em Edmundo do que nele.
- Me surpreendeu o que ele disse. Edmundo sempre foi respeitado e bem tratado. As pessoas confundem essas coisas com procurar para renovar. Respeito passa pelo princípio de dar bom dia, boa tarde, se preocupar se a pessoa está bem. E quanto a isso nenhum jogador pode falar nada. Demos atenção para todos. Edmundo é um ídolo, com uma trajetória bonita e vencedora no Vasco. Em momento algum esquecemos dele. Ele era tratado de forma diferente. Conversamos sobre a forma que ele gostaria e queria jogar. Entendo que todos estão chateados, mas duvido que ele tenha ficado mais do que eu.
Durante um evento de futevôlei na Barra da Tijuca, no sábado, Edmundo revelou o desejo de seguir jogando por um clube de ponta no futebol nacional, apesar de acreditar que isso não será mais possível.