Mais de seis anos depois de assumir a presidência do clube, o presidente Roberto Dinamite vive seus últimos dias no poder vascaíno. Acompanhado de alguns vice-presidentes, o ex-jogador, maior artilheiro da história do Vasco, votou às 15h na eleição da Assembleia Geral, que começou às 9h em São Januário. Sem candidato da situação, o presidente não revelou seu voto e disse que deixa como maior legado de sua administração a democracia no clube.
Confiante no acesso nas próximas rodadas de volta para a Série A, Dinamite disse esperar que nunca mais o Vasco retorne à Segunda Divisão. Ele disse que as duas quedas são as grandes frustrações das suas duas gestões à frente do clube.
- Se existe coisa que me deixa frustrada é isso. A segunda divisão não é o local do Vasco. Acho que na primeira vez já estava o Vasco praticamente rebaixado. Mas (depois) na minha administração aconteceu também o rebaixamento. É muito ruim. Espero que os próximos presidentes não passem por isso - afirmou Dinamite.
Com Roberto Duque Estrada, vice-presidente jurídico, Antônio Peralta, vice-presidente geral, e Jayme Lisboa Alves, vice de finanças, Dinamite passou direto por Julio Brant e Roberto Monteiro e ignorou Eurico Miranda, que estava à sua frente no momento em que o atual presidente se encaminhou às urnas.
- Não falei com ele (Eurico) em respeito aos outros candidatos. Por respeito à instituição, estou mantendo uma postura de neutralidade - disse o presidente.
Acusado pelo grupo de Eurico de beneficiar a chapa "Sempre Vasco", que conseguiu na Justiça a extensão de mandato de Dinamite até as eleições, o presidente do Vasco comemorou o que classificou como pleito "tranquilo" em São Januário.
- Em comparação às minhas eleições, que eram repleta de problemas, estou vendo as pessoas chegando com tranquilidade no ginásio. É o caminho que nós queremos - disse o presidente do Vasco. - Espero sempre do Vasco que as pessoas saibam se relacionar, embora, claro, exista a situação e a oposição, cada um vendo seu lado, mas acho que a conquista maior que deixo no Vasco é essa relação direito de ir e vir. O caminho é democratizar o clube, abrir espaços para pessoas de bem. O importante é democracia, mas não só a palavra, é agir e ter atitude, dar as pessoas esse direito de escolha.
Sobre o voto e a coincidência de se despedir do Vasco justamente com um eventual retorno de Eurico Miranda - Dinamite perdeu as eleições de 2003 e 2006 para Eurico, mas o último pleito terminou anulado na Justiça -, o presidente vascaíno passou direto pelo assunto e voltou a falar da democracia no processo vascaíno.
- O direito de cada um revelar ou não. As pessoas querem preservar esse direito de votação. Quero que as pessoas continuem com isso, com relação democrática. Acertar e errar faz parte de qualquer jogo. Às vezes se acerta mais, mas se notícia mais coisas negativas - afirmou o presidente do Vasco.