Na tarde desta quarta-feira, Everton Costa anunciou que encerrou a carreira por conta de problemas cardíacos. A decisão do jogador fez o técnico Doriva, do Vasco, último clube do atacante, voltar um pouco no tempo e relembrar o difícil momento de parar. Em 2008, aos 35 anos, o então volante foi detectado com uma alteração cardíaca e pendurou as chuteiras. O comandante cruz-maltino na época defendia o Mirassol, de São Paulo, e se preparava para disputar o Campeonato Paulista.
- É triste, lamentável essa situação, passei por isso, de ter que tomar a decisão e optar pela vida. Ele pode ser feliz em outra área, mas com certeza é triste. Só quem está vivendo sabe mensurar o tamanho dessa dor. Torcer para que o Everton possa se dar bem em outro segmento - disse o treinador após o treino do Vasco nesta quinta.
Everton Costa chegou ao Vasco em janeiro de 2014, emprestado pelo Coritiba. O atacante fez 10 jogos com a camisa cruz-maltina e marcou um gol, na partida contra o Duque de Caxias, pelo Campeonato Carioca. Para 2015, ele conversava com o Coxa para retornar à capital paranaense, mas acabou pendurando as chuteiras. Na carreira, ele também atuou por Galo Maringá, Grêmio, Fredrikstad (NOR), Caxias, Internacional e Bahia.
O drama de Everton Costa
Everton Costa sentiu-se mal durante a partida contra o Resende, válida pela primeira fase da Copa do Brasil, no dia 16 de abril. No hospital, os exames constataram uma arritmia cardíaca - causada por uma miocardite (processo inflamatório do músculo cardíaco). Três dias depois, o departamento médico do Vasco e o cardiologista Gustavo Gouvêa deram uma entrevista coletiva para explicar detalhes do ocorrido. Na ocasião, foi anunciado que seria preciso realizar novos exames dentro de um mês para descobrir se o jogador teria condições de seguir atuando profissionalmente.
Foram seis dias internado no hospital. Depois que recebeu alta, o jogador se recuperou em casa - onde teve os batimentos cardíacos monitorados por um aparelho - sem realizar esforço físico. Em junho, pouco menos de dois meses depois do problema, o atacante foi submetido a uma cirurgia para colocar um desfibrilador implantado no coração - caso contrário não poderia mais voltar a jogar futebol.
O dispositivo é uma espécie de marca-passo capaz de dar choques para corrigir novas alterações nos batimentos cardíacos do atleta. Desde o início, os médicos deixaram claro que seria preciso esperar seis meses do fato inicial para decidir se o jogador teria condições de voltar a atuar profissionalmente. A data foi completada no dia 16 de outubro. No início de novembro, o jogador voltou aos treinos, mas não participou de nenhuma partida oficial.