Edmundo, símbolo do sucesso da parceria Palmeiras/Parmalat no início dos anos 90, deixou a fama de bad boy e as inúmeras confusões que arrumou por onde passou para trás. Atualmente, não tem nada de Animal em seu comportamento, fazendo jus ao apelido conquistado quando apareceu para o futebol no Vasco da Gama somente pela vontade com que defende as cores do Palmeiras, agora seu clube de coração.
Apaixonado pelo Verdão e por seus três filhos (Alexandre, 12 anos, Ana Carolina, 11, e Edmundo Júnior, 7), o camisa sete parece mesmo movido pelo amor em sua segunda passagem pelo Parque Antártica. Após revelar ter assinado um contrato de risco para evitar bater de frente com o ex-técnico Emerson Leão, Edmundo, artilheiro da equipe na atual temporada, renovou seu vínculo até dezembro de 2007, quando pretendia se aposentar, mas admitiu, em conversa com a GE.Net, a possibilidade de pendurar as chuteiras somente no final de 2008, se o Palmeiras ainda o quiser.
No descontraído bate-papo com a reportagem, Edmundo falou sobre a \"dívida\" que tem com Edmundo Júnior, seu filho caçula, o único dos três rebentos que, segundo o jogador, não tem noção da importância do Animal para o futebol brasileiro. \"Essa cobrança mexeu comigo. Pensei que tinha que jogar mais um pouco em um time legal, para que meu filho entenda o que eu sou, pois minha filha, que é mais velha, viu e tem essa visão\".
A fatídica derrota para a França, em 1998, também apareceu na conversa e, surpreendentemente, Edmundo revelou que até hoje não acredita que estivesse escalado para jogar a finalíssima no lugar de Ronaldo \"Fenômeno\", como chegou a ser anunciado pelas televisões momentos antes de a bola rolar. \"Tanto minha escalação não estava certa que o Denílson entrou primeiro do que eu. Meu nome foi para a papeleta porque eles devem ter pensado: se ganhar, beleza, se perder, problema de vocês. Não queriam o Edmundo? Não era uma aposta no Edmundo. Era meio que tirando o corpo fora\", opinou.
O craque da mística camisa sete do Verdão também conversou com a GE.Net a respeito do futuro longe dos campos e sobre a carência de ídolos no país, que faz os clubes repatriarem velhos ídolos na tentativa de resgatar a magia. Parecendo prever o futuro, na entrevista antes da goleada sofrida diante do Santos, Edmundo alertou ainda sobre o otimismo exacerbado que tomou conta do Palestra depois da incrível recuperação pós-Copa do Mundo e avisou: o Palmeiras ainda não está pronto. Confira tudo isso na entrevista \"Animal\" do grande nome do atual elenco palmeirense.