A paciência se esgotou. Com salários atrasados e direitos de imagem idem, os jogadores do Vasco resolveram se rebelar após um alarme falso do vice de finanças, Nelson Rocha, ao LANCE!. O dirigente disse ao site do Diário, na última quarta-feira, que o 13, também pendente, havia sido pago, fato que não ocorreu. O episódio acabou sendo o estopim para a revolta, que pode até culminar numa greve, com os atletas não se concentrando para a partida de domingo.
Ficamos um pouco chateados, porque, de repente, o vice financeiro se equivocou, falando que tinha pago o 13 e não pagou. Falta o 13, dezembro e alguns meses de diretos de imagem. Chegar numa situação dessa é muito ruim. Então, vamos ser transparentes com todos, tanto com vocês da imprensa, como com nós, jogadores ressaltou o meia Felipe, escolhido para ser o porta-voz do grupo.
O período atual do calendário, de fato, vem se tornando maldito para o clube. Ano passado, em 27 de fevereiro, o Vasco perdeu para o Boavista e, no dia seguinte, a crise foi instaurada com a saída do técnico PC Gusmão e com o afastamento dos meias Felipe e Carlos Alberto. Agora, o objetivo é que a polêmica atual não se torne uma bola de neve. Os lamentos ficam por conta das dívidas acumuladas nos últimos anos.
Na atual situação financeira do clube, em alguns momentos, aparecem obstáculos inesperados. São questões judiciais, de gestões anteriores, que causam uma dificuldade na liberação de algumas verbas. Às vezes, somos surpreendidos e, na verdade, foi por isso que houve esse equívoco na informação informou o diretor executivo Daniel Freitas que, no entanto, ressaltou que existe a possibilidade de a situação ser parcialmente contornada nesta quinta-feira:
Acreditamos que até esta sexta isto estará equacionado para que possamos ter, se não todas as pendências resolvidas, pelo menos parte delas cumpridas.
Greve não deve ocorrer
A ameaça de greve, não deve, de fato, acontecer. Isso porque a diretoria deu uma garantia ao grupo no fim da tarde desta quinta-feira.
Nesta sexta parte das pendências será paga informou o diretor executivo Daniel Freitas.
Como só receberá a verba da Eletrobras na semana que vem, o clube saldará um percentual da dívida por meio de outros recursos.
Felipe, Juninho, Fernando Prass, Diego Souza e Alecsandro representaram o elenco diante da diretoria. Pela manhã, após o treino, o Maestro chegou a ser irônico sobre o possível motim:
Se vamos concentrar ou não, isso não vai interferir. Senão não iríamos concentrar desde o ano passado. Desde que voltei, o Vasco está nesta situação.
Daniel Freitas não crê em greve:
Estamos tratando internamente, mas acreditamos que nossa programação será mantida.
Sindicato: ajuda para entrar verba
Em meio ao ambiente polêmico, o Vasco, ao menos, tem o alento que vem da Justiça. Baseado no processo ganho pelo Sindicato dos Funcionários de Clubes do Rio, o clube deverá quitar parte das dívidas até a semana que vem com a verba de patrocínio da Eletrobras.
O Sindiclubes calcula que o valor a ser transferido para os funcionários e jogadores gire em torno de R$ 3,2 milhões.
O período de espera até o pagamento se dá por conta do trâmite burocrático que envolve a liberação da quantia, já que é necessário que o Sindicato entre com um pedido de autorização da verba na Justiça do Trabalho para que esta, então, autorize o repasse diretamente aos trabalhadores.
Vale ressaltar que os direitos de imagem, que variam entre três e quatro meses de pendência, não entram na questão.