O processo de reconstrução da seleção brasileira se limita às quatro linhas. Após o vexame na Copa do Mundo da África do Sul, o técnico Mano Menezes abre o ciclo para a Copa de 2014 no amistoso contra os Estados Unidos, amanhã, em New Jersey, com olhos somente para a renovação. Economicamente, em contraste com os clubes brasileiros e principalmente cariocas , a CBF desfruta de lucro exorbitante, conforme o último balanço financeiro, publicado no jornal Monitor Mercantil. Se Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco amargam prejuízos, a CBF teve superávit de R$72,4 milhões em 2009 53% acima de 2008. Com direito até a compra de um jatinho Citation Sovereign, estipulado, no balanço, em R$47,5 milhões.
Muito do crescimento é referente à globalização da marca CBF que, no mercado, é atraente para os patrocinadores. Dos contratos com Itaú, Vivo, Nike, Ambev, Procter & Gamble e TAM, entre outras (veja quadro), a CBF arrecadou mais de R$160 milhões, cerca de 60 milhões a mais do que em 2008.
É o maior lucro da história da CBF. É, no Brasil, a entidade mais bem posicionada. No mercado financeiro, temos um índice que chamamos de margem líquida, que, com 20%, é considerado muito bom. O da CBF fica em 30%. O que falar? disse Amir Somoggi, consultor da Horwath RCS Auditoria e Consultoria.
Ainda melhor em 2010
Dentro da linha básica financeira receita maior do que despesas , a CBF teve custos maiores do que em 2008, mas sem comprometer sua economia. Dos R$91,9 milhões gastos, a conta subiu 38% em 2009, indo para R$126,5 milhões. Com o futebol profissional, a entidade desembolsou um total de R$36,6 milhões.
Os especialistas em mercado financeiro e marketing já anunciam uma CBF ainda mais rica para 2010. No ano da Copa do Mundo da África do Sul um Mundial sempre alavanca as receitas a entidade fechou um contrato com a Seara e negocia mais cotas de patrocínio.
Além disso, a CBF recebeu da Fifa US$15 milhões, referentes à participação da seleção brasileira na Copa. Com direito a jatinho em seu patrimônio, a CBF, de fato, voa financeiramente, enquanto os clubes lutam para sair do chão.
Em contraste, enquanto a CBF planeja construir um centro de treinamento para a Copa de 2014, na Barra da Tijuca, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo lutam para sair do vermelho em seus exercícios. Além de dívidas que, em média, passam de R$200 milhões, os clubes cariocas amargam prejuízo ano-a-ano.
No exercício de 2009, o Rubro-negro fechou com dívida de R$31 milhões; o Fluminense, R$30 milhões; o Botafogo, R$11 milhões; e o Vasco, R$1,7 milhão. Só de amistosos como este de amanhã, contra os Estados Unidos , a CBF embolsou R$9,9 milhões no ano passado.
A CBF teve esse lucro muito por isso. É a globalização da marca dela. Se os clubes seguirem este caminho, podem passar a CBF afirmou Amir Sommoggi.
No Brasil, apenas três dos 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro tiveram lucro operacional no ano passado: Atlético Paranaense, Corinthians e São Paulo (veja quadro).
Obviamente que esse retorno da CBF é pela mídia, pelo patrocínio afirmou Gilberto Braga, professor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (IBMEC - Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais), mestre em Administração, consultor do Grupo Opportunity, conselheiro da Anbid e membro da Comissão Consultiva Contábil da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).