Com ranchos e ritmistas folclóricos portugueses e bateria de escola de samba carioca, a candidatura de Eurico Miranda realizou sua convenção em clima de vitória nesta noite de segunda-feira na Tijuca. Favorito para a eleição presidencial do próximo dia 11 - antes da reunião, o presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, revelou acordo para que suceda Eurico em três anos -, o evento reuniu mais de 600 pessoas no salão do clube tijucano e renovou o discurso do candidato pelo "regaste do respeito ao Vasco" e contra o "desastre" dos seis anos da gestão Dinamite.
Depois de uma briga entre torcida organizada do lado de fora da convenção, nas ruas da Tijuca, que deixaram sete presos e até fecharam o trânsito, a mesa do evento foi composta por alguns apoiadores do ex-presidente, como Horta, o secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luis Fernandes, o advogado e o vice-presidente do Conselho de Beneméritos, Silvio Godói, e o ex-vice de futebol José Luis Moreira, além de alguns apoiadores e grandes beneméritos - quem não foi lembrado na saudação inicial foi convocado por Eurico, que se virou como cerimonialista antes da música do evento.
Presidente do Vasco entre 2001 e 2008, com participação política na vida do Vasco há 40 anos, Eurico Miranda explicou que se atrasou para a reunião por conta de uma reunião no clube. Segundo o ex-presidente e candidato à sucessão presidencial de Dinamite, o atual mandatário enumerou problemas básicos de pagamento que vão além dos três meses de salários atrasados do clube e chegam até a falta de dinheiro para caminhão-pipa e papel higiênico
Criticando nominalmente Nelson Rocha, Olavo Monteiro de Carvalho e José Hamilton Mandarino, que compuseram a base política de Dinamite, Eurico desconsiderou os concorrentes na disputa eleitoral.
- Esses caras que hoje pretendem assumir o Vasco são os mesmos que fizeram isso, esse desastre, exatamente os mesmos. Esse tal de Nelson Rocha, que foi vice-presidente de finanças e correu, ele que dizia que não precisava pagar imposto. Esse Mandarino, que correu, esse foi o mesmo a colocar para o Roberto assinar, quando ele (Dinamite) quis ler alguma coisa, ele quis ir embora. Os grandes responsáveis são esses, que o colocaram lá, aqueles que estiveram lá e fizeram uma barbaridade. Como esse Olavo, que cometeu crimes de lesa Vasco. Só puxa para seus apadrinhados, renúncia na Assembleia Geral e por trás ficam manobrando - disse Eurico.
Quando falou sobre as eleições, Eurico conclamou a todos os presentes que compareçam para votar no dia 11 e, cético, rejeitou o clima de "já ganhou". Ao lembrar dos adversários, ele citou apenas Roberto Monteiro e o advogado da chapa de Julio Brant, da "Sempre Vasco", a quem citou indiretamente.
- Às vezes me falam para debater. Debater com quem? Como vou debater com um cara que chegou no Vasco e teve que pagar dois anos que estava atrasado para se tornar elegível. Um outro tal de Alan Belaciano, que tem um ano e meio de Vasco, vou debater com indivíduo desse? E Roberto Monteiro, qual conhecimento que ele tem de Vasco? Eles pensam que é chegar no Vasco, acham que vão chegar e vão fazer alguma coisa. Nem anda, nem anda - afirmou Eurico, que agradeceu a participação de Horta na chapa e atribuiu-se o rótulo de imbatível graças a esse apoio final. - A partir desse momento passei a ter a certeza que eles podem se juntar todos, todos, que vamos ganhar a eleição, não adianta.
Em outro ponto da Tijuca, o candidato Julio Brant também realizou sua convenção para as eleições do próximo dia 11 de novembro. Além dos dois candidatos, Marcio Santos, da chapa “Vanguarda Vascaína”, e Roberto Monteiro, da “Identidade Vasco”, disputam a sucessão presidencial de Roberto Dinamite. A posse está marcada para o próximo dia 1º de dezembro.