Foram pouco mais de 13 minutos de um discurso firme e, para muitos dos presentes, histórico. Com palavras carregadas de emoção, frases de impacto e até uma "bandeira branca" à imprensa, Eurico Miranda deu seu recado nos primeiros momentos como presidente, de fato, do Vasco.
Enaltecendo a história de superação e de quebra de barreiras do clube, fazendo uma breve retrospectiva de sua passagem pelo Cruzmaltino, citando a família e agradecendo aos aliados, o mandatário arrancou aplausos efusivos dos presentes, encerrando com uma mensagem forte:
"A inquietude é a nossa propulsão".
Um dos pontos de maior curiosidade foi à trégua proposta na instável relação do dirigente com os jornalistas, demonstrando estar vivendo uma fase mais "light":
"...Caminhando para o encerramento, gostaria de fazer uma menção à imprensa. Sem dúvida, temos uma trajetória entre nós de incompreensões e desacertos. Acredito, contudo, que uma convivência cordial e de respeito é possível e desejável. As portas do Vasco estarão abertas na medida em que possamos ser escutados nas críticas, o que parece ser saudável para o bem do jornalismo correto".
Eurico Miranda também deu um recado a quem considera seu retorno à presidência do Vasco como um retrocesso para o clube:
"Houve e há uma série de discursos no sentido de que a minha volta representaria um retrocesso. Estas teorias, porém, não resistem a uma evidência: nenhuma corrente no clube foi capaz de renovar como nós. E pretendemos que este seja o segredo, a fórmula de sucesso: compor quadros experientes com novos quadros é o ideal. Sobretudo quando quadros experientes e novos quadros entendem perfeitamente o que é o Vasco e comungam da filosofia que o faz o gigante que é".
Ao citar os familiares e, principalmente, os sete netos, o cartola não conteve a emoção e não segurou o raro momento de choro em público, precisando enxugar as lágrimas com um lenço.
Ainda com a voz embargada, deu um aviso:
"Encerro apenas dizendo que o Vasco não volta a ser grande hoje. O Vasco nunca deixou de ser grande. Nunca deixará de ser grande. Mas, com certeza, o Vasco volta a se entender como grande a partir de hoje, a agir como grande a partir de hoje, a querer como grande a partir de hoje. A inquietude é a nossa propulsão".