Chegou ao fim nesta segunda-feira o pesadelo vivido por Marcilei da Silva Elias, o ex-jogador Max, e dois amigos. Eles foram inocentados das acusações de extorsão e formação de quadrilha, motivo pelo qual ficaram na cadeia por mais de dois meses no início deste ano.
Na audiência de julgamento e instrução realizada nesta segunda, na sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o Ministério Público retirou as duas acusações mais sérias e reconheceu que houve apenas o delito de fazer justiça pelas próprias mãos (artigo 345 do Código Penal), um crime de menor potencial ofensivo.
Max e os amigos João Corrotti Junior e Vinícius Barreto de Souza foram presos no dia 9 de fevereiro depois que foram cobrar uma dívida de R$ 20 mil que o empresário Márcio Alexandre Carneiro Varella tem com o ex-jogador há pelo menos 12 anos. A defesa deles sustenta desde o início que tudo não passou de uma discussão truculenta, enquanto a família afirmava que eles caíram "numa cilada".
- A justiça tarda, algumas vezes falha, mas hoje ficamos satisfeitos com o resultado. Conseguimos comprovar que nunca houve roubo, extorsão ou formação de quadrilha - comemorou o advogado Pablo Andrade.
"Com isso, Max, Vinícius e João terão o direito de reconstruir suas vidas e serem tratados como inocentes que são", concluiu.
Com o reconhecimento do MP de que houve infração apenas ao código 345, que prevê detenção de 15 dias a um mês quando não há o emprego de violência, a defesa firmou um acordo de transição penal e encerrou o processo. Max, João e Vinícius têm até o dia 5 do próximo mês para pagar R$ 1 mil cada, valor que será destinado ao projeto da Central Única das Favelas (Cufa).
Os três já haviam sido soltos em abril, quando a juíza Alessandra de Araújo Bilac, da 42ª Vara Criminal, determinou a revogação da prisão em flagrante. Eles puderam aguardar pela audiência decisiva desta segunda em casa, com suas famílias.
Revelado nas divisões de base do Vasco, Max estreou no time profissional em 2010, quando tinha 20 anos. Chegou a ser titular durante boa parte do segundo semestre daquele ano, quando marcou seu único gol pelo time principal, numa vitória por 3 a 2 sobre o Goiás, no Brasileirão. Depois, passou por Mogi Mirim, Paysandu, Caxias (RS), America (RJ), Macaé, ABC, Cabofriense, Portuguesa (RJ), Bangu e Palmas, sua última equipe, em 2019.
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