O Brasil terminará o ano com dez ou mais clubes tendo migrado para o modelo Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e vendido parte de suas ações. Essa é a projeção de Pedro Mesquita, head do Banco de Investimentos da XP, que participa ativamente desse mercado.
Envolvido nas negociações das vendas das SAFs de Cruzeiro e Botafogo e agora contratado para trabalhar na estruturação do projeto do Coritiba, Pedro Mesquita fala do tema com otimismo.
– Recentemente, fiz uma projeção pessimista de que sete clubes deveriam se tornar SAF até o fim do ano, mas acho que vão ser mais. Entre Série A e B, acho que a gente vai ter algo próximo de dez ou mais clubes que vão formalizar a migração – opinou o executivo, que complementa:
– Isso é: se transformar em SAF e trazer investidor, basicamente a privatização do clube.
Além das SAFs, Pedro Mesquita se dedica no momento à criação de uma liga de clubes, que passaria a organizar o Campeonato Brasileiro em vez da CBF. Em parceria com o escritório Alvarez & Marsal, o banco tem dois grandes concorrentes: Codajas Sports Kapital, com participação do banco de investimento BTG Pactual, e a empresa LiveMode.
– Por que entramos nesse projeto? Queremos a valorização do produto, a valorização dos clubes para que a gente transacione os clubes e tenha mais recursos envolvidos em todas as transações. Com a Liga, a gente multiplica exponencialmente o futebol brasileiro – disse.
A expectativa de Pedro Mesquita é que também em 2022 haja avanços quanto a criação desta liga.
– Os clubes deveriam se unir e através de uma licitação escolher dentre as propostas existentes a melhor proposta. E essa proposta contemplará um cheque. Se for a que estamos sugerindo, já temos LaLiga como parceira. E temos uma certeza grande que teremos um investidor, pois será um produto interessante para o investidor. E aqui até melhor do que na Espanha, porque está muito depreciado, e o investidor quer multiplicar o seu dinheiro. A liga do Brasil é a que tem maior potencial de crescimento dentre todas as do mundo. As grandes ligas da Europa tem potencial menor porque já estão próximas ao ápice do potencial de receita.