Na Justiça, o clã dos Miranda foi condenado a pagar R$ 2,6 milhões em razão de supostos prejuízos causados à Sociedade Quinta do Portal S/A., empresa portuguesa de exportação de vinhos. Ainda cabe um último recurso no Supremo Tribunal federal (STF), em Brasília, mas só mediante o pagamento em 15 dias do valor integral da condenação. A decisão foi publicada no Diário Oficial, na última quarta-feira, dia 19/07.
De acordo com a ação, a Quinta do Portal, interessada em ingressar no mercado brasileiro, iniciou entendimentos no final dos anos 90 com Eurico Miranda para vender vinhos. Foi constituída pelos Miranda a empresa Quinta do Portal Comércio, Importação e Exportação Ltda., criada para representar os portugueses no Brasil. O sócio nomeado foi Mário Ângelo Brandão de Oliveira, filho de Eurico Miranda. A gerência da empresa ficou a cargo de Alberto Miranda, irmão do presidente vascaíno. No processo, os advogados de acusação alegam que Eurico Miranda é o número 1 da sociedade ao participar de reuniões e decisões.
Ainda de acordo com a parte da acusação, as relações se corrroeram com o tempo. Os sócios portugueses decidiram pelo rompimento alegando sumiço de mercadorias, pagamento de despesas pessoais pela sociedade, inadimplência com fornecedores e a falta de acesso à contabilidade.
Na ação consta ainda que teria havido a tentativa de bloqueio de estoque de vinhos do galpão da empresa, localizado no Mercado São Sebastião, zona norte do Rio. Da primeira verificação dos vinhos armazenados no galpão - em 14 de novembro de 2001 - à verificação no dia 8 de agosto de 2002, os oficiais de Justiça constataram desvio de R$ 328 mil em produtos - valores não atualizados. Em nova aferição, restavam no depósito apenas duas mil garrafas de vinho das 30 mil garrafas contabilizadas inicialmente.