Marcelo Vianna, diretor de competições da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, disse ontem à noite nos microfones da Rádio Globo que não vê com bons olhos a adoção da fórmula do Campeonato Paulista no Carioca de 2019.
Alega que nem todos os clubes de menor porte têm estádio aptos para participar dos playoffs em sistema de ida e volta, o que acabaria gerando desconforto e desequilíbrio técnico nos confrontos.
Mais ou menos, não é?
Hoje, os estádios de Volta Redonda, Bangu, Macaé e Boavista já abrigam jogos com mando dos chamados pequenos, fora o do Madureira (que está em obras para modernização) e o da Portuguesa, que divide o Luso Brasileiro com o Flamengo.
Além disso, ainda que o modelo paulista não seja o ideal, a federação local fomenta, cobra e fiscaliza as melhorias nos estádios do interior.
A fórmula divide os 16 participantes em quatro grupos de quatro, com um grande em cada um e sem confrontos dentro dos grupos _ como os dois primeiros de cada grupo se encontram nas quartas-de-final em sistema de ida e volta, há sempre ao menos um clube de menor porte nos "mata-matas".
DISCUSSÃO
A ideia, como já comentamos aqui, tem sido discutida nos bastidores da entidade por representantes dos chamados pequenos, insatisfeitos com o atual modelo de disputa do Estadual carioca.
Desde o ano passado, o título é decidido pelos quatro com maior número de pontos somados em toda competição _ excetuando-se semifinais e finais dos turnos que decidem a Taça Guanabara e a Taça Rio.
A diferença para este ano foi a inclusão de vantagens para o clube que vier a conquistar os dois turnos, o que não havia no regulamento de 2017.
Ainda assim, soa como absurdo o fato de o Flamengo, por exemplo, ter que jogar uma partida para decidir o título estatdual mesmo que seja o campeão dos dois turnos, e que tenha o maior número de pontos da fase classificatória do campeonato.
Antes, as semifinais e finais dos turnos serviram apenas para apontar os campeões das Taças GB e RJ, não gerando vantagens para as finais do Estadual.
Este ano, no caso de um mesmo clube conquistar as duas taças, o regulamento confere a classificação à final do campeonato, com o campeão dos turnos necessitando apenas de um empate no jogo único final para festejar a conquista do título.
Dessa forma, o turno semifinal passa a ser disputado pelos quatro de melhor campanha na fase classificatória, com exeção do vencedor das taças.
Marcelo Vianna defende o sistema antigo, com turno e returno e os vencedores decidindo o título em duas partidas.
Mas cita dois fatores condicionantes:
O contrato fechado com a TV, que prevê a disputa da competição em 18 datas;
E a decisão do Conselho Arbitral dos clubes, que não abre mão da disputa dos troféus do turno (Taça Guanabara) e do returno (Taça Rio).
Suma, pelo que se vê, o Estadual já não agrada nem a gregos, tampouco a troianos...