A diretoria do Vasco da Gama extinguiu uma equipe pentacampeã brasileira de futebol. No caso do futebol de 7, modalidade paraolímpica disputada por atletas com deficiência física oriunda de paralisia cerebral. Nesta quarta-feira (13), em postagem no Instagram, o departamento de esporte paraolímpico do Vasco anunciou que a diretoria decidiu "finalizar" o departamento, dispensando, assim, 128 atletas e alunos.
"Brigamos até o fim. Uma luta bem desleal, porque não tivemos direito a defesa. O comitê gestor, junto com nosso vice-presidente Francisco Vilanova e presidente Alexandre Campello, decidiram finalizar com os esportes paraolimpicos. O paraolímpico do Vasco fez parte da história linda que o Vasco tem de inclusão e de pioneirismo. Isso ninguém vai poder apagar", diz a postagem.
O Vasco foi a base da seleção brasileira de futebol de 7 que foi bronze nos Jogos Paraolímpicos do Rio, em 2016, com sete atletas entre os 14 da equipe. Naquela edição dos Jogos, o clube carioca também contou com os nadadores Caio Amorim, Roberto Alcaide e Susana Schnarndorf e atletas no vôlei sentado.
No ano passado, o time cruz-maltino ganhou o pentacampeonato nacional no futebol de 7, modalidade que vive tempos difíceis, tendo sido excluída do programa dos Jogos Paraolímpicos. No vôlei sentado, o Vasco foi semifinalista do Campeonato Brasileiro masculino no ano passado, e vice em 2018.
"As últimas viagens tivemos que pagar do próprio bolso, mas mantivemos o clube no pódio. Semifinalista de voleibol sentado, acabou morrendo na praia, na sombra dos esportes olímpicos. Esses sim permanecem todos no clube, justo. O paraolimpico do Vasco deixa órfãos esportivamente 128 alunos/atletas", reclama a postagem do departamento.
Na segunda-feira (11) à noite, o Vasco anunciou que "em face dos desafios econômicos agravados com a crise do novo coronavírus, precisou readequar o seu quadro de colaboradores". Ou seja: demitiu funcionários. Entre eles estariam os membros das comissões técnicas dos esportes paraolímpicos.
"A decisão da diretoria administrativa foi tomada considerando as implicações orçamentárias com a crescente queda de receitas, aliada ao cenário extremamente desafiador dos próximos meses em todos os âmbitos. Tais medidas não seriam adotadas não fossem no intuito de assegurar a sobrevivência financeira do clube", diz a nota.
Procurada, a diretoria do Vasco não comentou a decisão. Assim que o Vasco se posicionar, esta nota será complementada.