Futebol

Forte, inteligente... Jornalistas opinam sobre Carlos Palacios

Apontado como a principal promessa do futebol chileno nos últimos anos, o meia-atacante Carlos Palacios deixou o Internacional em baixa para assinar contrato definitivo com o Vasco válido por três temporadas. A avaliação é unânime: o jogador pode render muito mais do que rendeu no clube gaúcho, mas como recuperar o melhor desempenho no Rio? O ge ouviu jornalistas que acompanharam o jovem de 21 anos no Inter.

"Ele não pode ser tão pouco como foi no Inter. O que a gente imagina é que teve um problema de adaptação. Não é ponteiro, é um cara que joga mais com bola no chão e mais por dentro", adiantou o comentarista Diogo Olivier.

O grande problema no Inter foi a adaptação. Com a cabeça ainda no Chile, a jovem promessa não conseguiu se dedicar totalmente à equipe colorada. A parte física também atrapalhou. Por isso, o repórter Tomás Hammes acredita que, se tiver auxílio nesses aspectos, Palacios pode somar.

- Para corresponder no Vasco, precisará de ajuda na adaptação, ficar longe do departamento médico e mostrar comprometimento para ajudar a equipe a sair da Série B - avaliou Tomás.

Palacios chegou ao Rio de Janeiro no último final de semana para assinar contrato com o Vasco. O atleta se junta ao restante do elenco no CT Moacyr Barbosa nesta semana para participar da reta final de preparação antes da estreia na Série B contra o Vila Nova, na próxima sexta-feira, às 19h, em São Januário.

Com convocações para a seleção do Chile nos últimos anos, Palacios recebeu o apelido de "La Joya" ("a joia" na tradução em português) pelas atuações no Campeonato Chileno de 2020. Chamou a atenção do Inter, que investiu na casa dos US$ 3 milhões (cerca de R$ 16,6 milhões na época) em sua contratação.

Nascido e criado em Santiago, Palacios fez toda a base no Unión Española, onde chegou aos 12 anos após ter sido reprovado em um teste na Universidad Católica. Fez sua estreia no time profissional em 2018 e seguiu brilhando no ano seguinte até o futebol chileno ser interrompido pela instabilidade política vivida no país.

Em 2020, o atacante voltou com tudo em sua melhor temporada pelo clube, que brigou pelo título nacional e encerrou o ano na quarta colocação, com 52 pontos e vaga garantida na Libertadores. Palacios fez 33 jogos, com oito gols marcados e sete assistências. O jogador terminou o Campeonato Chileno daquele ano como o segundo maior driblador e o primeiro em número de finalizações.

Camisa 10 do Unión Española, Palacios já fez todas as funções do meio para a frente e até foi bem jogando pelos lados do campo, especialmente pela direita, mas é um meia armador de origem. Forte fisicamente, inteligente e com capacidade para passes decisivos, é centralizado como ele pode ajudar mais. Veja as análises abaixo:

Tomás Hammes - setorista do Inter no ge

"Palacios chegou ao Inter ano passado como a primeira contratação da gestão Alessandro Barcellos. O atacante vinha repleto de expectativa por ser uma joia do futebol chileno. Em Porto Alegre, no entanto, jamais confirmou. A timidez foi um dos obstáculos. Palacios sofreu para se adaptar. As presenças no departamento médico também complicaram a busca por uma sequência. Em campo, começou utilizado pelo lado, como ponta, mas pouco acrescentou. As melhores atuações ocorreram centralizado na trinca de meias, mas longe do esperado. Nunca fez um gol sequer e contribuiu com apenas três assistências em 35 partidas.

Iniciou como titular em sete dos últimos oito jogos do ano passado. Em 2022, teve contato com familiares que contraíram o coronavírus. Ainda que não tenha pego, acabou afastado e, quando voltou, estava atrás na hierarquia de Alexander Medina. Só atuou em 29 minutos na derrota por 3 a 2 para o São José pelo Gauchão. A dificuldade para entrar em forma e para atingir os níveis exigidos pelo Cacique abreviaram a passagem pelo Beira-Rio. Para corresponder no Vasco, precisará de ajuda na adaptação, ficar longe do departamento médico e mostrar comprometimento para ajudar a equipe a sair da Série B".

Diogo Olivier - comentarista

"Palacios não é ponteiro. No Unión Española ele era camisa 10, a estrela da companhia, até partia do lado direito, mas jogava pelo campo todo. Nas reduzidas vezes que ele conseguiu jogar bem no Inter foi centralizado. Veio com muita expectativa, mas não conseguiu jogar no Inter. Um jogador jovem, mesmo sendo reserva foi várias vezes convocados pela seleção chilena. Recebi várias ligações de colegas do Chile perguntando como ele estava, porque se acredita muito nele lá como um cara que pode ser diferente.

Então ele não pode ser tão pouco como foi no Inter. O que a gente imagina é que teve um problema de adaptação, veio sem a família a princípio, teve pandemia. O Inter fez um investimento razoável, mas não foi bem. Ele pode ajudar, sim. Não é ponteiro, não dá para esperar que ele vá à linha de fundo fazer cruzamentos. É um cara que joga mais com bola no chão e mais por dentro. Ele parte dos lados do campo, mas é mais um cara que com a bola recua e vem buscar jogo. Assim que ele pode ajudar".

Fonte: ge
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