A crise política que ganhava forma no Vasco se instalou de vez nesta sexta-feira. Poucos mais de três meses depois de assumir o clube, o presidente Alexandre Campello perdeu um de seus principais dirigentes. O vice-presidente de futebol Fred Lopes deixou o cargo, segundo ele, exonerado por Campello.
A saída do dirigente consolida o racha entre o presidente e a Identidade Vasco, principal grupo político responsável por sua eleição. Campello é acusado de centralizar as decisões na diretoria. No caso de Fred Lopes, a gota d'água foi a condução da venda de Paulinho sem que ele participasse da negociação.
Não está descartada a debandada de outros membros da Identidade Vasco que fazem parte da diretoria, entre eles o vice-presidente de patrimônio Luiz Gustavo Pereira e o vice-presidente de comunicação, Mauro Ferreira. Os dois estariam na mira de Campello. O primeiro é responsável pela operação dos ingressos do clube e enquanto que o segundo comanda a secretaria do Vasco, considerada ponto estratégico para a política vascaína - é nela onde se dá a entrada de novos sócios, por exemplo.
A saída de Fred Lopes abre um leque de incertezas no departamento de futebol do Vasco. Ercolino de Luca, vice de futebol no segundo mandato de Roberto Dinamite, é cotado para o cargo. Com ele, ganha a força o retorno de Rodrigo Caetano para o cargo de diretor executivo. Paulo Pelaipe e Newton Drummond ficam ameaçados.
Uma reunião da Identidade Vasco está marcada para este sábado, justamente para tratar da crise política em andamento. Apesar de convidado, Alexandre Campello não deve comparecer. Entre os membros do grupo político, ganha força a ideia de tentar o impeachment do presidente. Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, é o cabeça do grupo e um dos mais insatisfeitos com o presidente.