João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo, nega que algum jogador das divisões de base do Vasco tenha se transferido para o Tricolor Paulista.
O presidente Roberto Dinamite declarou, nesta terça-feira (22/07), que onze atletas das categorias de base do Gigante da Colina foram para o Atlético-MG, Fluminense e São Paulo antes do dirigente assumir o cargo no lugar de Eurico Miranda.
"Sou o diretor de futebol profissional, mas tão logo tomamos conhecimento dessas notícias que estavam vindo do Rio e envolviam o nome do São Paulo, conversamos com o nosso colega, diretor das divisões de base, para saber se realmente havia algum registro desse tipo de situação. Conversando com ele, quero dizer que para o São Paulo não veio nenhum jogador do Vasco da Gama. Temos mais de cem atletas na nossa base, entradas e saídas permanentes, a grande maioria dos ingressos de jogadores de baixa idade, bem jovens, de 12, 13, 14 anos, que não têm vínculo nenhum, como estabelece a Lei Pelé. Não temos nenhum registro de jogador que tenha vindo do Club de Regatas Vasco da Gama", disse ao repórter Sérgio Guimarães, no programa "Bandeirantes Rio no Futebol", da Rádio Bandeirantes.
Jesus opina sobre a venda do meia-atacante Philippe Coutinho, de 16 anos (12/06/1992), a maior promessa do Vasco, para a Internazionale de Milão, da Itália.
"Esse realmente é um assunto apaixonante. O São Paulo, desde que a Lei Pelé... Não somos contra. Somos a favor da Lei Pelé, até porque ser contra é remar contra a correnteza. As coisas vão progredindo, não só no esporte, como em outras atividades. O que procuramos fazer foi nos adaptarmos o melhor possível, com relação à legislação. Achamos que a lei merece alguns aperfeiçoamentos, principalmente no que se refere à proteção dos clubes formadores. 16 anos é realmente um limite baixo. Essas coisas precisariam ter um pouco mais de segurança para os clubes, até porque grandes clubes no Rio de Janeiro - não é só em São Paulo e outros locais - fazem pesados investimentos na base. Obviamente, quando perde um jogador, há um prejuízo".
O dirigente cita o caso de Kaká, que precisou ser negociado aos 21 anos.
"O Kaká realmente foi o que ocorreu. Tivemos uma conversa e participei dessa conversa à época, em 2003. O Kaká, que é um jogador muito querido e nos freqüenta permanentemente, queria ir, o que é legítimo. Todo profissional quer progredir. Ele queria ir para a Itália, para o Milan. Falávamos \"Kaká, vamos aguardar um pouquinho. Vamos ter propostas, que vão ser melhores não só para nós, como para você\". O pai dele nos colocava que se não o liberássemos naquele momento, ele aguardaria o fim do contrato. Em função disso, o São Paulo fez uma negociação, até razoável para o momento, não razoável ao que é o Kaká hoje. O São Paulo negociou por 8,25 milhões de dólares, livres para o clube. Mas é óbvio que a gente tem a clareza que esse seria um jogador que poderia chegar, alguns meses ou pouco tempo depois, a números muito maiores".
"Como fazemos para nos proteger? Primeiro, criamos uma condição total, para que o jogador não pense em sair, veja outros horizontes, sinta que o clube é uma vitrine. A gente obviamente dá ajudas de custo razoáveis, toda a assistência para a família. Sabemos também que hoje cada vez está mais difícil. Já passamos do momento dos empresários que aliciavam o jogador. Hoje temos empresas aliciando o jogador. Temos grandes capitais, algumas até de origem meio suspeita, mas que colocam muito dinheiro. É difícil, para um grande clube, manter os seus jogadores. Imagine os clubes menores".
O diretor executivo das categorias de base do Internacional-RS, Carlos Fraga, confirma que contratou dois jogadores que estavam no Vasco.
"Tem dois atletas que tiveram origem no Vasco da Gama, que foi nos apresentado pelos pais e Ferreira, um empresário do Rio de Janeiro. Eles fizeram testes aqui no Beira-Rio, foram aprovados e contratamos", disse ao repórter André Motta.
"Eles não tinham contrato com o Vasco, estavam liberados. Dois atacantes".
O dirigente afirma que não precisou consultar o Gigante da Colina.
"Não, porque eles não tinham contrato, já estavam liberados na Federação carioca. São atletas amadores. Eles não tinham contrato com o Vasco, estavam liberados, vieram, e a gente fez um teste neles. Eles foram aprovados e a gente profissionalizou eles".