Uma folha de pagamento de R$ 3 milhões, mais do que gastam muitos times da Série A e praticamente todos da Série B. Em janeiro, é esse o tamanho do passivo que o Inter terá de lidar. No total, os quase 30 jogadores que voltam de empréstimo custam esse valor, a cada 30 dias, para o clube vermelho, que tem a recolocação desses atletas no mercado como o maior desafio.
"Não é fácil conviver com isso. Um passivo muito grande. Para ver o que pode gerar administrações mal feitas", disse o vice de futebol do Inter, Roberto Melo, ao UOL Esporte no fim do último mês.
De fato, o Internacional convive atualmente com uma lista de jogadores sob contratos longos, com salários altos e que não deram o rendimento técnico esperado ao clube. Serão emprestados novamente, mas a dificuldade de encontrar clube para pagar ao menos a metade de tais vencimentos transforma a saída deles numa tarefa tão complicada quanto a chegada de reforços.
O caso que mais preocupa é Anderson. Entre os salários e luvas (diluídas até o fim do contrato) o jogador recebe mais de R$ 500 mil mensais. No último ano, o valor foi dividido com o Coritiba, mas os paranaenses já informaram que não querem a permanência dele por lá.
De volta ao Inter, o clube aguarda que as sondagens que Anderson diz ter se tornem propostas. Caso contrário, irá o delegar a treinamentos separado do grupo até que surja alguma possibilidade de negócio. Buscará a rescisão, mas dificilmente um acordo acontecerá, pois o Colorado não tem o valor necessário para pagar pelo rompimento de contrato, que tem mais um ano de duração.
Seijas também é problema. Neste ano esteve cedido à Chapecoense e não foi titular absoluto do time. Entre banco e alguns jogos, volta sem a valorização esperada. Tem mais um ano e meio de vínculo e vencimentos menores que os de Anderson, mas ainda assim pesados.
Outra peculiaridade que atrapalha a gestão de jogadores emprestados são os contratos progressivos. Em renovações de jogadores jovens com qualidade questionável, o Inter ofereceu aumentos a cada ano. Assim, eles passam a ganhar mais independentemente de irem bem ou mal. Exemplos disso são Alan Costa (contrato até dezembro de 2018), Gustavo Ferrareis (contrato até dezembro de 2020), Aylon (contrato até dezembro de 2018), Alisson Farias (contrato até dezembro de 2019) e Eduardo (contrato até agosto de 2019).
Negociações já começaram
Ao mesmo tempo que tenta 'se livrar' deste passivo repassando jogadores, o Internacional já começou a liberar outros que não interessam e fizeram parte do grupo no ano passado.
Diego e Alex Santana negociam ida para o Paraná, Roberson e Léo Ortiz estão em conversas com o Juventude, o goleiro Jacsson está tratando a permanência no Santa Cruz-PE, Paulão trabalha para ficar no Vasco, e Anselmo negocia prorrogação de empréstimo com Sport.
Vínculos no fim e os que não voltam
Enquanto isso há também jogadores que não retornam agora. São os casos de Valdívia, cujo vínculo com Atlético-MG vai até maio, Brenner, que fica no Botafogo até dezembro de 2018 - quando também acaba seu contrato com Inter - e João Afonso e Eduardo Henrique, que têm vínculo também encerrando-se com o Colorado.
Enquanto isso, as situações de Geferson e Silva também serão revistas, já que ambos possuem contrato apenas até o meio do ano com o clube vermelho.