Criticar, mas sem crucificar. Foi essa a postura de Elano ao comentar a atuação do árbitro Eduardo Guimarães e do auxiliar adicional Rodrigo Castanheira no jogo entre Flamengo e Vasco, domingo, no Maracanã. Autor do primeiro gol rubro-negro, também em lance polêmico, o meia não teve como fugir do tema principal do clássico: a não validação do gol de falta de Douglas, no primeiro tempo, quando o placar ainda apontava 0 a 0. Objetivo, o camisa 7 não tapou o sol com a peneira e admitiu que a bola cruzou, sim, a linha da meta de Felipe. Por outro lado, contemporizou e cobrou a profissionalização da profissão de árbitro de futebol no país.
- É difícil falar de arbitragem no Brasil. Lógico que houve um erro, todos nós vimos. São erros que fazem parte do ser humano. Alguns erros para o Flamengo e para o Vasco. Enquanto não for uma profissão fixa, acho que vão continuar erros acontecendo. A busca é pela profissionalização, principalmente dessas pessoas. Eles trabalham durante a semana toda e depois vão apitar. Como vou julgar? O carrinho do Guiñazu deveria ter sido expulso, não foi. Gol (o validado) do Vasco bateu na mão do jogador e tirou do Felipe. O (não validado) gol do Vasco a bola entrou e ele não deu. Ofendê-lo para quê? Vou comemorar porque meu time ganhou, mas pelo futebol é triste.
Assim como Jayme de Almeida já tinha feito na véspera, Elano pensa que Eduardo Guimarães não estava preparado para uma partida da grandeza de um Flamengo e Vasco. O meia acredita também que, ao se dar conta do erro, no intervalo, o juiz se rendeu a pressão dos vascaínos e dificultou as ações rubro-negras na etapa final.
- Digo que em toda profissão tem que ter renovação, tem de dar chance para atletas, juízes, assistentes. Pedimos sempre a renovação e que estejam preparados para apitar jogos decisivos. Vimos o despreparo no momento de pressão de ambos os lados. Senti no momento que ele não deu o gol do Vasco, que é um erro que acontece. Agora, como ele levou a partida depois, não deu faltas a favor do Flamengo porque sentia que estava devendo. Um erro não justifica o outro.
Como não poderia deixar de ser, Rodrigo Castanheira também esteve no foco. Árbitro auxiliar adicional, ele estava a poucos metros da baliza de Felipe e não assinalou o gol marcado por Douglas em cobrança de falta. Questionado sobre a utilidade desde tipo de função, Elano manteve o discurso de compreensão ao erro humano e preferiu exaltar o triunfo do Fla após semana conturbada com derrota no Fla-Flu, viagem para o México e revés também na primeira rodada da Libertadores.
- Se ele está ali, tem uma função. Está ali para ajudar o arbitro. Não tem autoridade de dar um pênalti e não dá, não fala. Nesse caso, foi um gol e não sei o que aconteceu. Não gosto de julgar. Tem muitas coisas. Tem de se fazer como em outros esportes, uma base da televisão. No momento de irregularidade, vai lá ver. Não vou julgar o ser humano porque também erro e falho. Tem de pegar as coisas boas que meu time fez também. O Flamengo teve uma semana brilhante e foi boa para nós.
Por fim, o meio-campo se mostrou a favor do uso da tecnologia no esporte e ao uso do chip na bola para lances como o do gol não assinalado de Douglas.
- Eu sou a favor do que é certo. Sou a favor do que tem de ser feito no futebol. Tem de se fazer um estudo baseado nos atletas e ver o que eles acham. Os prejudicados e beneficiados são os atletas. Tudo pelo bem do futebol seria importante.
Com 19 pontos, o Flamengo é vice-líder do Carioca, atrás do Fluminense no saldo de gols: 11 a 8. Na quarta-feira, a equipe encara o Madureira, às 22h (de Brasília), no Maracanã, pela nona rodada, e Jayme de Almeida já avisou que mandará para campo somente reservas.