José Henrique Fonseca revela detalhes do documentário "O Sentimento Não Pode

José Henrique Fonseca revela detalhes do documentário \"O Sentimento Não Pode Parar\", que contará um pouco da história do Gigante da Colina com a Série B de pano de fundo

Qual é o tamanho da responsabilidade de se fazer o primeiro grande documentário sobre o Vasco justamente no ano em que o clube amarga a disputa da Segunda Divisão? Aos 45 anos, o diretor José Henrique Fonseca topou o desafio e não esconde o entusiasmo com a produção de “O Sentimento Não Pode Parar O Filme”, obra que promete ser uma bela homenagem àquilo que o Gigante da Colina tem de mais valioso: sua torcida.

O trabalho teve início com a Série B e tem viajado pelo Brasil ao lado do elenco. O acesso aos bastidores e a colaboração do time de Dorival Júnior mostrará em detalhes a rotina que muitos torcedores desejam conhecer. O mais importante, porém, virá das arquibancadas, das histórias dos anônimos queamam a cruz de malta.

– Que fique bem claro: não faremos um documentário sobre o Vasco na Série B. Será um trabalho sobre o clube, sobre a família vascaína. Estamos ouvindo histórias maravilhosas ao redor do Brasil. O mais interessante é que não sabemos como o produto ficará. Novas situações aparecem o tempo inteiro – disseFonseca, filho do escritor Rubem Fonseca.

Ao lado de Eduardo Pop, produtor do documentário e sócio na Goritzia, produtora responsável pelo projeto, o diretor conta que o filme deverá ser exibido nos cinemas cariocas. Ainda não há uma data para o lançamento, previsto para acontecer até meados de 2010. Mesmo assim, o possível prazo final pode ser adiado. Dependerá de onde o Vasco chegará em 2010.

– Esse filme do Vasco vai parar em Tóquio! Na verdade, a ideia é essa... (risos). É numa arrancada como a nossa que se chega lá – concluiu.

Quem é

Nome: José Henrique Fonseca
Idade: 45 anos
Carreira e filmes: Começou como diretor de clipes e comerciais. Já fez curta-metragens e séries de TV, como Mandrake, na HBO. No cinema, fez O Homem do Ano, com Murilo Benício, em 2003, pelo qual ganhou muitos prêmios.

Em casa

1 vascaíno ilustre Marcos Palmeira trabalhou com José Henrique Fonseca na série Mandrake. O ator foi garotopropaganda de “O Vasco é Meu”, ao lado de Fernanda Abreu e Bruno Mazzeo. Mazzeo, aliás, foi um dos incentivadores do documentário.

Confira bate-bola com José Henrique Fonseca

Como está sendo o processo de produção deste documentário?
A diretoria tem dado todo o apoio e nos preocupamos em não atrapalhar o objetivo principal, que é o trabalho dos jogadores para levarem o Vasco de volta à Série A.

Como vascaíno, é especial fazer este trabalho? Você se sente um privilegiado?
É uma paixão e um prazer enormes dirigir este documentário. Sou de família portuguesa, minha casa é feita de vascaínos. Estou fazendomuito sucesso por lá. Ao mesmo tempo que é um privilégio, é também uma grande responsabilidade fazer algo que corresponda aos anseios da torcida.

Quem está financiando este projeto? O Vasco tem alguma participação?
Está tudo sendo financiado por nós. Estamos investindo tempo e dinheiro na paixão. É uma questão de princípios, uma forma de ajudar oVasco. Para o clube, será ótimo. Neste momento, é mais valioso ter um filme do que qualquer outro produto licenciado.

omo você está vendo o trabalho da atual diretoria?
Tudo está sendo muito bem conduzido. Dorival Júnior e Rodrigo Caetano também têm feito um grande trabalho. Eles matam mum leão por dia.

Procuram-se boas histórias
A equipe do documentário ainda está em busca de novas histórias de torcedores que possam fazer parte do filme. A procura é ainda maior por vascaínos que moram nos extremos norte e sul do país.

Os interessados devem mandar e-mail para contato@goritzia.com.br ou entrar na comunidade Vasco O Filme, no site de relacionamentos Orkut.

As influências de um vascaíno

Martin Scorsese
O cineasta norte-americano, de 66 anos, foi citado por José Henrique Fonseca como um de seus prediletos na sétima arte. Diretor de grandes clássicos como o Touro Indomável e Taxi Driver, Scorsese ganhou seu primeiro Oscar de direção em 2007, com Os Infiltrados. É considerado um profissional versátil e um dos mais visionários do cinema.

Eduardo Coutinho
Documentarista e diretor de ficção, Coutinho tem 76 anos e fez história no Brasil. Trabalhou também com teatro e foi integrante da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 2007, fez Jogo de Cena, filme muito elogiado pela crítica.

João Moreira Salles
Aos 47 anos, o diretor brasileiro também é uma das influências de José Henrique. Dirige longametragens desde 1989 e seu último trabalho foi Santiago, em 2006. Trabalha com o Instituto Moreira Salles, fundado por seu pai, em 1990. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos que desenvolve programas culturais e apoia tais atividades. João Salles levou o Grande Prêmio Brasil de Cinema, em 2006. por Entreatos.

Heleno de Freitas é o outro projeto
José Henrique Fonseca permanecerá envolvido com o mundo do futebol por um bom tempo. Além do documentário sobre o Vasco, o diretor pretende no ano que vem iniciar as gravações do filme sobre a vida de Heleno de Freitas, famoso atacante do Botafogo da década de 40.

Rodrigo Santoro, também vascaíno, foi escalado para o papel principal. O ator esteve em São Januário no ano passado para conhecer o clube e um dos locais de gravação. Outro estádio que também será utilizado é o das Laranjeiras.

Heleno de Freitas, o Gilda, é considerado o primeiro craque problemático do futebol brasileiro. Ele escreveu seu nome no Botafogo e defendeu também o Vasco em 1949 e 1950.