A saída de Juninho Pernambucano do Lyon em 2009 encheu de esperança os torcedores do Vasco. Em passagem marcante pelo time de São Januário, com direito a título da Libertadores e também de dois Brasileiros, o meia era aguardado pelos vascaínos para encerrar a carreira no clube, mas preferiu aceitar uma proposta do Al Gharafa, do Qatar.
A decisão frustrou os sonhos dos vascaínos. O jogador, por sua vez, explicou a escolha em uma entrevista à \"Rádio Globo\" nesta quinta-feira. Acredita que está sendo justo com o Vasco por achar que não vai conseguir dar uma resposta em campo ao investimento realizado pelo clube.
- Não me sinto em condição de assumir esse compromisso profissional. Não sou mais o jogador que fui na minha passagem pelo Vasco, mas o torcedor não tem essa visão. Recebi uma proposta financeira muito boa. Praticamente igual a do Qatar para um contato de um ano e meio. O Vasco com Roberto Dinamite e o Rodrigo Caetano se esforçou muito, mas eu não tenho coragem de assumir esse compromisso. Estou com 35 anos, não sou privilegiado fisicamente, não tenho mais essa força para treinar tanto. Meu momento de parar está chegando. Aí podem falar: Mas o Roberto Carlos voltou. Só que cada um reage de uma maneira. O Vasco ia pagar muito alto para uma coisa que eu não teria condições de dar em campo - explicou.
Juninho reitera que gostaria de voltar ao clube e também espera não se arrepender dessa decisão. Ele explica que sua presença no grupo pode causar situações delicadas para o treinador, como a obrigação de escalá-lo por causa do investimento feito pela diretoria.
- Queria muito voltar, mas não posso assumir um compromisso que tenho certeza que em campo não vou dar a resposta que esperam. Falam que fui o melhor do campeonato do Qatar, mas lá joguei 32, 33 jogos. A viagem mais longa que fiz foi de 30 minutos, não tem concentração... Sei que é uma decisão que posso me arrepender, mas não é que não quero. É porque não posso. Se no ano que vem puder jogar alguns jogos só... Mas não quero voltar também porque o técnico acaba obrigado a colocar para jogar. Como ainda gosto de jogar futebol, o Qatar é o lugar ideal por não ter tanto cobrança e ter uma condição boa.
Quando a Copa do Mundo de 2006 acabou, Juninho Pernambucano teve uma atitude parecida na seleção brasileira. Após a eliminação para a França nas quartas de final, o meia disse que aquela tinha sido seu último Mundial, que seu ciclo no time tinha se encerrado e que era hora de dar espaço para novos jogadores.