À medida em que o tempo vai passando, a corda aperta cada vez mais o pescoço do Vasco para manter Juninho. Sem solução financeira concreta sobre o orçamento de 2013 e, principalmente, na esfera jurídica, a respeito do bloqueio das receitas, a diretoria não tem ainda uma proposta detalhada para apresentar ao meia, que viajou para Recife, sua cidade natal, nesta semana para ficar com a família até a virada do ano e pretende acompanhar à distância os desdobramentos de sua renovação de contrato, aguardando ansiosamente uma boa notícia que vire o jogo.
O empresário José Fuentes cuida da negociação, mas também pressiona o clube carioca porque não planejou estar no Rio nesta época. Até aqui, duas reuniões foram realizadas e apenas boas intenções foram postas à mesa. O futuro sombrio deixa o Reizinho perto do New York RB, que o aguarda com uma proposta e uma estrutura que o encantou. Apesar de não haver prazo, a resposta deve ser dada no máximo até os primeiros dias de janeiro. A Major League Soccer começa em fevereiro, e a pré-temporada logo vai começar. Para evitar o assédio de rivais, seu nome saiu na pré-inscrição da competição. Isso sem contar com os trâmites burocráticos que ele e sua família teriam de encarar para morar nos Estados Unidos.
Em contrapartida, a vontade de ser útil ao Vasco em meio à dificuldade adia o anúncio. Juninho ainda não consegue se ver longe de São Januário e teme se arrepender de não ter encerrado a carreira com a camisa cruz-maltina, como havia selado a partir de maio de 2011. Chegou a ser estudada a possibilidade de um retorno em 2014 para não frustrar a torcida e a si próprio. Ao mesmo tempo, ele não gostaria de manchar sua passagem com possíveis maus resultados trazidos pela crise e tampouco de ser um dos únicos do elenco contemplados com pagamento.
O Atlético-MG ofereceu valores bem maiores que cariocas e americanos, mas foi descartado, por respeito ao Vasco. Se optar pela equipe do francês Thierry Henry, o camisa 8 poderá ter fluência na língua inglesa, estudar para se tornar dirigente posteriormente e fornecer melhor educação para as duas filhas - a mais velha, Giovana, já mora na Califórnia. Além da identificação, pesa a favor da permanência o contato de pessoas que admira e que vão comandar o clube, como Cristiano Koehler, René Simões e Ricardo Gomes. Todos ligaram para Juninho. Nada, entretanto, que seja decisivo, são mais apelos superficiais.
\"Estamos trabalhando o tempo todo por ele\"
Envolvido no projeto desde que assumiu a direção executiva, René sustenta o otimismo e avisa que em breve o projeto documentado para não perder Juninho será enviado a ele e seu agente.
- Há esse plano de estrutura financeira que estamos tentando montar e vai sair já, já. Sei que ele está no Recife acompanhando tudo, com esperança também. Tenha a certeza de que estamos trabalhando o tempo todo por ele - informou o cartola, ressaltando que sonha resolver o caso antes do Natal para mexer ou não na lista de reforços para a nova temporada.
Fuentes disse na quinta-feira indicou a impaciência com demora do Vasco.
- Assim que voltamos dos EUA, conversei com o presidente e estou no aguardo. Disse para o Juninho tomar uma decisão, mas o Vasco precisa apresentar um projeto, alguma coisa para o Juninho. Até agora não apresentou nada. Ele vai tomar a decisão mais justa possível. Uma decisão que envolve muitos fatores, não só esportivos. Esperamos uma solução do caso do Vasco, que está em um momento muito complicado, difícil. São fatores familiares, desafios pessoais... Vai ser uma decisão que obviamente ele vai tomar da melhor forma.