Apesar de no dia 27 de março ter voltado a ser jogador do Vasco até 14/12/2008, o atacante Leandro Amaral só se reapresentou em São Januário nesta quinta-feira (24/04). O jogador, que tinha firmado contrato com o Fluminense de 01/01/2008 a 31/12/2009 graças a uma liminar, tem multa rescisória estipulada em R$ 9,04 milhões.
O atleta retornou aos treinos nesta sexta-feira, na Colina História, e fala sobre a sua volta.
"A gente cresce, não só nas vitórias, mas nos momentos de alegria, difíceis, acaba sempre crescendo, amadurecendo e tirando alguma coisa de proveito", disse ao repórter André Gonçalves, da Rádio Brasil.
CONVENCIDO DE QUE O MELHOR PARA A CARREIRA É VOLTAR AO VASCO
"Estou, com certeza. Preciso trabalhar. Estou muito feliz de estar podendo voltar a trabalhar, fazer o que mais gosto e espero poder ter a mesma passagem, até o final do ano, como tive aqui nesse um ano e meio de passagem pelo Vasco".
REENCONTRO COM A TORCIDA
"A gente sempre pensa, claro, mas tenho certeza que vai ser uma forma muito positiva, pelo que fiz aqui no clube em um ano e meio. Sempre fui muito profissional, me dediquei muito nos treinamentos e jogos. Daqui para a frente, vai ser retomado tudo isso. Vou continuar me dedicando, aplicando, para que eu possa fazer mais um grande trabalho até o final do ano".
PRONTO PARA JOGAR
"Estou pronto fisicamente, bem. É claro que esse tempo que fiquei parado, preciso readquirir novamente o ritmo de jogo, treinar bastante como bola, mas acredito que até o jogo da Copa do Brasil eu já devo estar em uma situação muito melhor".
O QUE ESPERAR DA DUPLA COM EDMUNDO
"Esperar gols, sucesso. É um grande jogador, ídolo do Vasco também. Para mim, vai ser uma satisfação, alegria muito grande poder jogar com ele e, se Deus quiser, fazer uma grande dupla como foi aqui na minha passagem com o Romário. Espero poder repetir novamente agora com o Edmundo".
CLIMA RUIM COM A TORCIDA
"Não, acho que de maneira alguma. É claro que falei algumas coisas, porque também de um outro lado eu estava sendo criticado. Eu tinha que também dar uma resposta e me defender de umas palavras que eu ouvia deste lado aqui. Mas não acredito em nada disso, acredito no meu potencial, sei que posso render no Vasco, ajudar o grupo, como ajudei todo esse tempo que joguei aqui. Acredito que eu possa fazer de novo e repetir todo o trabalho que eu vinha fazendo".
CONVERSA COM O PRESIDENTE EURICO MIRANDA
"Não tive nenhuma conversa com o Eurico. Tive uma conversa só com o Zé Luís [Moreira, vice-presidente de futebol] e os advogados. Mas não guardo mágoas de ninguém. Eles sabem o que fizeram. É muito fácil você vir aqui e falar com a imprensa, o vizinho, mas na minha cara é muito mais difícil porque a gente tinha vários acordos, enfim... Isso agora é deixar para trás e continuar trabalhando em busca de sucesso aqui".
RECUPERAR PRESTÍGIO COM A TORCIDA
"Acredito que não. É claro que os torcedores não vêm aqui no clube dia-a-dia, não acompanham o que realmente está acontecendo. É muito fácil você jogar as coisas através da imprensa, do que algumas pessoas falam. Acredito no meu trabalho, muito no meu potencial. Sei que ainda vou ainda dar muitas alegrias a todos eles".
EURICO E EMPRESÁRIO
"Eu tinha, antes de acontecer tudo, essa confusão, um acordo com o Eurico, que se eu tivesse uma proposta para fora do país, ele iria me liberar sem custo nenhum. Tive essa propostas, apresentei e não me liberaram. Que mais? Eu tinha um contrato com o José Renato, que na época era o meu procurador. Eu achava que ele era o meu procurador, mas na verdade ele não era. Ele era o meu procurador só no final do mês, na hora de receber. Mas para ficar do meu lado, me defender, jamais ele fez isso. E até fez algumas acusações de que o Fluminense tinha me aliciado. Na verdade, quem me levava 300 propostas era ele".
TRAÍDO POR EURICO
"Se você combina uma coisa com uma pessoa, acho que a palavra do homem, para mim pelo menos, significa muito. É claro que você tem que ter contrato, enfim, tem outras coisas, mas acho que quando você olha para a cara de um homem e faz um acordo com ele, seja qual ele for, você tem que cumprir".
QUERIA TROCAR O VASCO PELO FLUMINENSE
"Tinha, com certeza, até porque, na época, quando renovei o meu contrato, o Zé Renato era o meu procurador e me falou que essa opção de renovação que o Vasco tinha era uma, mas com opção, que a gente iria sentar com o Vasco e ver se chegasse em algum acordo. Se não houvesse acordo, eu teria a liberdade de poder optar em trabalhar no clube que eu desejasse. Infelizmente, isso não ocorreu e mostra muito bem que ele não estava do meu lado, porque como é que uma pessoa que é o meu procurador, pago ele todos os meses, dias certinho, me faz um contrato que, se no final desse contrato, o Vasco quisesse me mandar embora, poderia, e eu não poderia exercer também da mesma cláusula que o Vasco tinha. Não entendo um procurador que faz um contrato desse para um atleta".
VOLTAR PARA O VASCO POR FALTA DE OPÇÃO
"Opção tem inúmeras, graças a Deus, pelo trabalho que fiz aqui. Tem, mas não pode. Sei disso. Mas não guardo mágoas de nada, pelo contrário. O Vasco fui um clube que me abriu as portas, recebeu muito bem, aonde torcedor me recebeu bem, os jogadores tenho contato até hoje com a maioria deles, independente de se eu estava em outro clube. É um clube que tive uma passagem excelente, que ficou marcada não só para o torcedor, mas para mim também. Espero agora poder repetir".