Com a experiência de quem conheceu a estrutura da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por dentro, Mano Menezes não tem dúvida do que precisa ser feito para a entidade avançar e se aproximar de seu funcionamento de ideal.
Ao longo de sua passagem de dois anos e meio pelo comando da seleção, ele tentou implementar algumas de suas ideias.
Em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, o treinador defendeu a contratação de um diretor para cuidar dos assuntos políticos da confederação e outro para ficar a cargo das necessidades do campo. Atualmente, o tetracampeão Carlos Alberto Parreira responde a essas atribuições.
Parreira foi anunciado após a saída de Mano em novembro do ano passado. Antes do agora coordenador técnico da seleção, o comandante gaúcho revelou nesta segunda-feira ter sondado Paulo Autuori, do Vasco, para o cargo. Na época, ele não havia acertado ainda com o clube de São Januário e se encontrava no Catar.
Quando estávamos na duvida se o presidente ia escolher um político para o cargo de diretor de seleções ou se íamos colocar uma pessoa técnica para o setor, e eu sou da opinião que devíamos ter dois, fui consultar um profissional da mais capacidade e seriedade, o Paulo Autuori. Se o presidente me pedisse um coordenador técnico no dia seguinte, eu teria o Autuori com essa qualificação para fazer parte dos quadros da seleção. Porque entendo que é desse tipo de profissisonal que a gente precisa, revelou em passagem pelos canais ESPN.
Os planos de Mano para a seleção incluíam ainda a substituição de Ney Franco, que havia acertado com o São Paulo, no comando das categorias de base.
Depois de acompanhar o assédio ao atual treinador tricolor, outra indicação sua, ele estava determinado a mudar o perfil do sucessor, recorrendo a alguém estabelecido no mercado e que não cedesse mais às ofertas financeiras.
Quando o Ney Franco saiu e tivemos a decepção da interrupção de um trabalho com ele, fomos fazer uma avaliação de que tipo de profissional teríamos que buscar para substitui-lo.
Buscar novamente um jovem e sofrer o mesmo assédio que ele sofreu? Ele recebeu cinco propostas dos principais clubes do país e, na quinta, ele não aguentou, também o sujeito não aguenta. Você está ganhando X, te oferecem 10X, tem uma hora que começa a pensar nas suas questões particulares da sua carreira. Entendi, então, que devíamos encontrar um profissional na outra ponta da carreira, com caminho percorrido, uma condição financeira bem estrutura, que não precisasse se preocupar mais com essas coisas e quisesse voltar a clube. Fiz o convite a Levir Culpi, se poderia apontar o nome dele se no dia seguinte me pedissem um profissional para fazer isso. As atitudes e as linhas sempre foram muito claras do que a gente queria fazer, prosseguiu.
Mano foi demitido da seleção brasileira em novembro do ano passado, negociou com o Porto e agora conversa com o Flamengo para fechar contrato.