Alçado à condição de grande destaque do Vasco pelo presidente Eurico Miranda, Marcinho, desde que chegou, dispensa maiores reverências. Disse que não fazia questão da camisa 10 - que acabou ficando com ele - e, em todas entrevistas, defende um discurso de simplicidade que se adapta ao grupo que está sendo formado em São Januário. Na estreia contra a Cabofriense, ele e Bernardo marcaram na vitória por 2 a 0. Sem ser brilhante, o Vasco dominou a partida e criou diversas chances. Mais importante, para Marcinho: sem sentir falta de atacante.
O técnico Doriva, que pede um atacante e ainda aguarda o desenrolar da negociação por Gilberto, não tem a mesma opinião, mas Marcinho, como um dos mais experientes desse elenco, deixou claro seu papel de defensor do grupo em entrevista coletiva no dia seguinte à boa estreia do Vasco. Ele disse que não sentiu falta de um jogador de área e, de maneira enfática, defendeu a participação de Rafael Silva.
- É difícil falar de sentir falta de uma coisa que não temos. Não treinamos com atacante de área em momento algum. Por isso posso dizer que não sentimos falta porque não temos. Temos que dar confiança ao jogador que está ali. Acredito muito no Rafael Silva. Apesar dele não ter feito gol, ajudou bastante. Nos dois gols, é ele quem abre espaço e possibilita que tanto Bernardo quanto eu tenhamos mais espaço e melhor posição para chutar - disse o camisa 10 do Vasco.
Marcinho classificou o time do Vasco como "equipe operária", que com organização tática pode vencer os adversários mais fortes - "podemos ter menos qualidade que os rivais, mas se tivermos qualidade na organização podemos surpreender".
- Não temos um craque, então todo mundo tem que correr e ajudar. Se criarmos uma equipe competitiva, que sabe o que fazer no ataque e defesa, será difícil vencer o Vasco. O que o Doriva tem nos passado a gente está assimilando muito bem. Jogador hoje em dia tem que marcar e jogar. Não temos craque, mas somos operários e confiamos no coletivo - afirmou Marcinho.