Ídolo dos vascaínos, Martín Silva esteve fora do clube por quase um mês servindo a seleção do Uruguai na Copa América. Sua ausência foi sentida, principalmente após algumas falhas do substituto Jordi. Coube, então, ao seu "clone" do basquete minimizar em quadra os efeitos da saudade do goleiro.
Damian Palacios, armador da equipe cruzmaltina, foi um dos grandes heróis do título da Liga Ouro, torneio que garantiu vaga ao Vasco no próximo NBB e recolou o clube na elite do esporte novamente após 13 anos.
Argentino de Venado Tuerto, pequena cidade de pouco mais de 76 mil habitantes e vizinha a Rosário, ele chegou em meio a disputa, caiu nas graças dos torcedores e rapidamente percebeu as comparações com o uruguaio, algo que o próprio admite ter semelhança.
"Claro que já ouvi essa comparação. Eu costumo sempre dizer que sou muito mais bonito (risos). É brincadeira. Sim, comparando a foto, admito que somos parecidos (risos). Eu nunca estive pessoalmente com ele. Já o vi de longe, mas não de pertinho. Seguramente quando ele (Martín Silva) voltar, vou falar para tirarmos uma foto para que possam comparar e ver quantas semelhanças nós temos", se diverte o extrovertido argentino.
A aproximação de Palacios com o futebol não está somente nas comparações a Martín. O armador é um torcedor fanático do Boca Juniors (ARG) e, sempre que pode, acompanha as partidas do Vasco pela Série B em São Januário.
O gosto pelo esporte, somado a convivência em quadra e no gramado com o Cruzmaltino, já o faz decorar algumas das músicas cantadas pela torcida. Além das paródias das barras argentinas, onde ele encontra mais facilidade de compreensão, o jogador se identifica com o tradicional "casaca" e "o Vasco é o time de virada", que embalou a equipe de basquete, que saiu de um 2 a 0 adverso na final contra o Campo Mourão (PR) para um 3 a 2 que coroou o título.
"Esta com certeza nos incentivou. Eu sabia que havia acontecido um jogo de futebol que o Vasco perdia de 3 a 0 no primeiro tempo e virou para 4 a 3 no segundo, com o Romário metendo três gols (final da Copa Mercosul de 2000). Bom, agora compreendo porque o Vasco é o time da virada (risos). Estávamos perdendo por 2 a 0, viramos para 3 a 2 e fomos campeões. Agora entendo porque os rivais têm medo quando enfrentam o Vasco", destacou.
Na avaliação de Damian, há semelhanças entre as torcidas de Vasco e Boca Juniors em virtude do fanatismo. E como um bom "xeneixe" – como é conhecido o torcedor do clube argentino – ele não deixa de provocar o rival River Plate, lembrando que os cruzmaltinos possuem uma música que lembra do histórico gol de Juninho Pernambucano sobre o adversário na semifinal da Libertadores de 98, quando o clube carioca foi campeão.
"Gol de quem? Gol do Juninho... Monumental! (cantarola um trecho da canção). Sim, isto é muito gracioso!", se diverte.
PERÍODO NO VASCO COMO 'FILME DE HOLLYWOOD'
Pela primeira vez atuando fora da Argentina, Palacios é só felicidade no Vasco. Após incertezas e momentos tristes em função de desentendimentos com o treinador de seu último clube, que colocaram um ponto de interrogação no seu futuro, ele classifica o período em São Januário como um "filme de Hollywood".
"Eu falo que é um filme de Hollywood. Começou muito triste com o que aconteceu no meu time. Aí vim para o Rio, que eu não conhecia. No primeiro dia vi o Cristo, que só tinha visto pela TV, depois entrei no campo de São Januário que tem tanta história, vi o monumento ao Romário... Depois foi tudo o que aconteceu jogando. Ganhamos, consegui jogar em alto nível e fui campeão, colocando o Vasco no NBB junto com meus companheiros. É um sonho para mim", avaliou.
Palacios, assim como os demais jogadores campeões da Liga Ouro, ainda não está com sua situação definida no Vasco em relação ao NBB, mas a tendência é que a grande maioria deles permaneça para a disputa, incluindo o argentino. O clube deseja trazer reforços de peso e o presidente do clube, Eurico Miranda, pretende formar uma equipe em condições de disputar o título e acabar com a hegemonia atual do rival Flamengo.