A saída foi uma surpresa. Nem mesmo os funcionários do clube sabiam que, após comandar um treino na parte da manhã da última terça-feira, Gaúcho seria trocado por Celso Roth no comando do time do Vasco no mesmo dia. E o pior: o próprio técnico disse não saber da decisão do presidente Roberto Dinamite. Conversou com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM cerca de 30 minutos antes do anúncio oficial da diretoria e ainda falava como técnico. Mais tarde, no estádio, afirmou que realmente não tinha conhecimento da decisão dos dirigentes.
Apesar da troca de função, Gaúcho, agora auxiliar, não se considera desprestigiado, mas também não descarta deixar o clube caso apareça um convite para comandar uma equipe do futebol brasileiro.
- Recebi proposta antes e continuo recebendo. Mas o que existe é que, nesse momento, estou com calma com as minhas coisas. Não estou preocupado. Eu tenho uma profissão, sou treinador e as coisas têm que vir de uma forma atraente. Já conversamos (Gaúcho e Roberto Dinamite), e, se tiver alguma coisa boa para todos, pode acontecer. Mas meu foco é o Vasco – disse o ex-treinador.
Logo após anunciar Celso Roth no comando, Roberto Dinamite deixou claro que apenas uma boa proposta pode tirar Gaúcho do clube. A boa relação entre o presidente e o auxiliar, que jogaram juntos na década de 70 pelo Gigante da Colina, causou mal-estar por interpretações que consideram equivocadas. Dinamite pede respeito ao amigo. E Gaúcho quer reconhecimento. A preocupação, na verdade, é não vincular a imagem do segundo a de treinador amigo do presidente.
- Nunca me coloquei como técnico efetivo do Vasco. Eu estava galgando ainda, mas o Vasco é grande e precisa de resultados positivos. Me colocaram como amigo do presidente, mas nunca avaliaram minha competência, apenas a amizade – completou.
O fato é que após a contratação de Celso Roth, Gaúcho perdeu espaço. Sua função, na teoria, é ajudar o novo técnico com a transição de jogadores da base para o profissional. Mas, pelo que se viu nesta primeira semana, houve poucas conversas entre os dois e, por diversas vezes, Gaúcho ficou isolado nos treinos. Ele sequer viajou para Florianópolis, onde o Vasco enfrentou o Avaí, no domingo. E o clube conta ainda com Jorge Luiz e Humberto Ferreira como auxiliares.
- Estou pronto para servir. Se ele (Celso Roth) me pedir opinião, estou presente para ajudar. Ao longo dos dias ele vai ver as coisas para depois avaliar e pedir. Não adianta eu falar alguma coisa se ele também não ver aquilo.