Não chega a ser um exagero dizer que a curiosidade dos vascaínos para ver Montoya está na mesma proporção que a dos colombianos. Praticamente desconhecido em seu país de origem, o apoiador motivou uma TV local a acompanhar o treinamento do Vasco, nesta segunda, no Cefan.
A explicação se dá pelo caminho que o jovem de 21 anos decidiu trilhar no mundo do futebol.
Aos 19, quando ainda defendia o Atlético Nacional (COL), ele viu na irmã, que morava em Buenos Aires, a chance de crescer no competitivo futebol argentino.
Largou tudo e, na cara e na coragem, bateu de porta em porta nos clubes de lá. Foi então que o All Boys, uma equipe de menor investimento do país, o acolheu. Veloz e habilidoso, ganhou destaque atuando bem contra os poderosos Boca Juniors, River Plate e Independiente, entre outros.
Valorizado, acabou vendido ao Vasco pela bagatela de R$ 3 milhões, o que despertou ainda mais a curiosidade dos colombianos.
Com a entrevista exclusiva feita após a atividade, a equipe de TV tem a expectativa de levar aos compatriotas os primeiros passos da promessa no Brasil. Em comum com os vascaínos, a pergunta que ainda está no ar: Montoya estaria capacitado a ponto de fazer sucesso em terras canarinhas como fez Rincón, Asprilla e Aristizábal? Só o tempo irá responder...
Quando um colombiano vai atuar em outra liga, depende muito de seu desempenho para que as portas fiquem abertas para o nosso futebol. Agora estou defendendo o meu país no Vasco e espero continuar crescendo porque sei que isso será muito importante para os jogadores colombianos disse ao LANCE! após a apresentação.
Caronas com Tenório
Apesar de ter chegado há pouco tempo, Montoya já começou a construir uma grande amizade com seus novos companheiros. O equatoriano Tenório é um dos mais chegados e ainda tem dado carona ao meia colombiano no dia a dia.
O Demolidor é quem costuma levar Montoya aos treinamentos. O jogador ainda está morando em um hotel no Rio. O idioma ajuda a aproximá-lo do equatoriano. O grupo ainda conta com mais um gringo: Yotún, que é peruano.
Quando sabia que Montoya vinha, não o tinha visto jogar, mas já pensei que agora seríamos três estrangeiros. Jogar em um time como o Vasco, com a comissão técnica que tem, a torcida que tem, é muito bom para ele começar a carreira. Se depender de mim, do Yotún e do resto do grupo, vamos ajudá-lo. Ele tem qualidade, vai nos ajudar muito disse Tenório.
Encantado com o Rio de Janeiro
A adaptação, preocupação maior dos clubes brasileiros com os estrangeiros, parece que não será um problema para Montoya. O apoiador tem se encantado com as maravilhas do Rio de Janeiro.
De comportamento tranquilo, o colombiano aproveita os momentos de folga fazendo típicos programas turísticos. Com sua mãe, irmã, cunhado e outros familiares hospedados no bairro de Copacabana para um período de férias, ele já conheceu algumas das famosas praias da cidade.
O Maracanã também já entrou no roteiro de passeios. Ele esteve na partida entre Itália e México na Copa das Confederações e considerou o estádio muy hermoso.
Ainda morando em um hotel na Barra, ele já começa a procurar, com o auxílio dos empresários, uma moradia fixa.
BATE-BOLA
L!Net: Você acha que um bom desempenho no Brasil pode credenciá-lo à seleção colombiana?
Muita gente diz que estou começando uma linda carreira, nos meus primeiros passos estou indo bem. Tenho um sonho e sonhar não custa nada. Quero seguir crescendo e sonhando em fazer parte da seleção na Copa do Mundo no Brasil.
L!Net: Você saiu cedo da Colômbia. Qual a relação com o Atlético Nacional. Você é torcedor?
Meu pai sempre foi torcedor do Atlético e, quando comecei a crescer, ele me ensinou a ser torcedor deste clube. No tempo que lá fiquei tive muito amor porque eles me ensinaram muitas coisas. Serei muito agradecido ao clube, que me deu muitas coisas.