Na última quinta-feira, em nova sessão virtual, a Junta Deliberativa Eleitoral do Vasco definiu, por quatro votos a um, a lista de sócios, entre eleitores e elegíveis, aptos a participarem da Assembleia Geral Ordinária, nome dado às eleições presidenciais do clube, previstas para novembro.
O único voto contrário dentre os presidentes de poderes do Vasco foi o de Faués Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral. Ele se recusou a assinar a ata da reunião virtual. O dirigente se julga isolado dos demais e garante que "a luta continua".
A Junta estabeleceu que 7.981 associados têm direito a voto na Assembleia Geral Ordinária, nome técnico das eleições do Vasco. Deste universo, 6.183 sócios são elegíveis. Ou seja, podem se candidatar. Definida a lista, quem tiver contestações a fazer têm cinco dias para entrar com pedidos de impugnação.
Confira o que Mussa alegou para ter votado diferente do presidentes Alexandre Campello (Diretoria Administrativa), Roberto Monteiro (Conselho Deliberativo), Edmílson Valentim (Conselho Fiscal) e Silvio Godói (Conselho de Beneméritos). Leia o texto abaixo na íntegra:
Vascaínos,
Sempre atento ao compromisso com os sócios e torcedores, a Presidência da Assembleia Geral vem a público esclarecer as razões pelas quais não assinou a ata da última reunião da Junta Deliberativa, que, por maioria de 04 votos contra 01, aprovou a lista de sócio eleitores/elegíveis para a AGO
Com efeito, a referida ata está muito longe de refletir o que foi discutido e deliberado na citada reunião, fazendo inserir fatos sequer ventilados. De pronto, fora recusada a proposta para a revisão da situação dos anistiados, ficando esta Presidência isolada na posição de que os sócios anistiados deveriam participar do processo eleitoral. Em seguida, congratulou-se esta Presidência com os demais integrantes da Junta Deliberativa, pelo expressivo resultado da última AGE, quando 98% dos sócios aprovaram a alteração estatutária que prevê, já para este ano, as eleições diretas, tal qual aprovada pela unanimidade do
Conselho Deliberativo, em dezembro de 2019. Na sequência, esta Presidência concitou os demais poderes à união, a fim de resolvermos, internamente, as questões administrativas e eleitorais, sem a necessidade da intervenção do Poder Judiciário.
Reafirmou-se o desejo de todos os sócios e torcedores de eleições transparentes, limpas, confiáveis e seguras, recordando-se aos participantes da reunião que assegurar a transparência e a lisura do pleito não seria uma atribuição exclusiva da Presidência da Assembleia Geral, mas um dever de todos os Poderes do CRVG.
Manifestou esta Presidência, expressamente, a esperança em ver cessadas as acusações injustas que vem sofrendo, com imputações de fatos sabidamente não verdadeiros, confiando em que tais episódios ficariam para trás e que passaria a reinar a paz e a harmonia. Solicitou-se, diretamente, a colaboração de todos, especialmente do Presidente da Diretoria Administrativa, Alexandre Campello, para realizarmos uma AGO à altura das tradições do nosso glorioso CRVG, transparente, segura, livre de fraudes ou suspeições.
Esta Presidência, ainda, diante de inconsistências várias na lista de sócios eleitores/elegíveis, propôs a prorrogação dos trabalhos por alguns dias, transferindo-se a AGO para o início da segunda quinzena de novembro, com o que ninguém concordou, ávidos que estavam para encerrar os trabalhos e aprovar uma lista sobre a qual não se teve tempo suficiente para análise, certo, ainda, que não teriam sido atendidas as solicitações formuladas por esta Presidência ao Presidente Alexandre Campello, por ofício rotocolado no dia 31.08.2020, imprescindíveis à garantia da lisura e transparência das eleições, evitando-se fraudes.
À noite, em mais uma tentativa de afastamento indevido desta Presidência da Assembleia Geral, teve sequência a Comissão de Sindicância que só tem um objetivo: transferir a condução do processo eleitoral para aqueles que, até agora, nada obstante todos os esforços pela conciliação e colaboração, só atropelam e criam embaraços aos trabalhos que pretendem garantir as eleições diretas neste ano de 2020, com segurança e imune a fraudes e manipulações.
Paradoxalmente, aqueles que nos acusam de atropelos e irregularidades são aqueles que mais se esforçam para atropelar os trabalhos, dificultando, de todas as formas, o seu regular desenvolvimento, criando nulidades para depois argui-las, como se os sócios e os torcedores fossem ingênuos e infantis, e não estivessem vendo o que está acontecendo. Infelizmente, a politicagem e os interesses eleitoreiros de alguns estão sendo colocados à frente e acima do interesse de todos.
Esta Presidência da Assembleia Geral defenderá, administrativa e, se necessário for, judicialmente, a sua competência e prerrogativa de conduzir o processo eleitoral, respeitando e garantindo o respeito à vontade dos sócios. A esta altura, os sócios e torcedores já sabem o que é joio e o que é trigo.
Esta Presidência foi isolada pelos demais Poderes do CRVG, mas não está sozinha. A luta continua!
Saudações Vascaínas,
Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2020.
Faués Cherene Jassus
Presidente da Assembleia Geral
Club de Regatas Vasco da Gama"