O provável retorno de Ricardo Gomes ao Vasco não indica também uma volta de Cristovão Borges ao clube. Apesar de não descartar trabalhar novamente em São Januário, Cristovão Borges garante que a tendência, hoje, é a de que ele siga a carreira de treinador. Ele lembra, inclusive, que o companheiro sempre foi um dos maiores incentivadores para isso:
- A minha saída é recente. Conversei com ele, estava viajando ainda e nos falamos por telefone. Depois que cheguei (esta semana), conversamos apenas uma vez e não tinha quase nada ainda porque faltava o encontro com Dinamite. Não descartamos nenhuma possibilidade, mas é uma coisa difícil. Acabei de sair e ele sempre foi um dos incentivadores para eu fazer carreira solo.
Cristovão admite, inclusive, que já recebeu sondagens e aguarda o fim do Brasileiro, quando acha que acontecerá \"algo bom\".
Amigo de Ricardo Gomes há anos e braço-direito do treinador em muitos clubes, Cristovão acredita que, mesmo após o acidente vascular cerebral (AVC), Gomes retornará, mesmo que aos poucos, para o trabalho à beira do gramado:
- Acho que ele volta como técnico. Se não for de imediato, será daqui a pouco. Estou contente e feliz com isso. O futebol também está feliz e agradece. Seria uma pena se tivéssemos perdido o Ricardo, um profissional de alta qualidade, muito competente e que tem muito a contribuir.
Uma reunião entre Ricardo Gomes e a diretoria vascaína está marcada para segunda-feira para que o acerto seja concretizado. A tendência é de que o desfecho seja positivo.
Surpresa com defesa pública
Cristovão Borges garante que os \"atritos\" com Felipe no período em que comandou o time vascaíno não mudou a relação de amizade entre eles. Porém, o ex-treinador confessou que ficou surpreso com o fato de o camisa 6 tê-lo defendido publicamente:
- Conheço muito bem o Felipe. Sabia muito bem que o incômodo era porque ele queria jogar e nem sempre jogou. Tivemos algumas discordâncias por causa disso, mas isso não modificou nossa relação. Portanto, não me surpreendeu ele falar bem de mim, mas foi uma surpresa ele dar uma declaração pública quanto a isso.
Após Marcelo Oliveira deixar o Vasco, Felipe afirmou que a torcida errou ao vaiar Cristovão Borges e chamá-lo de burro.
Bate-Bola
Cristovão Borges - Em entrevista exclusiva ao LANCENET!
Você chegou a receber algum convite do Ricardo Gomes ou algo parecido?
Não porque, pelo o que conversei com ele (Ricardo), não foi nada muito profundo ainda. Teve só um primeiro contato. Pelo o que ele me contou, a conversa que ele teve com Roberto Dinamite foi sobre a possibilidade de voltar a trabalhar. Eles ficaram de conversar depois e acho que isso ainda não aconteceu. Então, não conversamos nada sobre isso.
Ficou alguma mágoa do Vasco?
Não. Lembro do Vasco, penso no Vasco e só me traz boas lembranças. Hoje sou reconhecido, tenho um trabalho valorizado, sou um treinador que tem alguma posição de mercado por causa da oportunidade que tive no Vasco.
E em relação à torcida vascaína?
A torcida não fez parte disso (saída dele do clube). Se a torcida tivesse alguma influência, minha saída, tenho a impressão, que era coisa de mais de quatro meses. Vários jogos assim (com críticas). Eu respeito isso. Torcida não racionaliza. Torcedor que ir ver o jogo e ver o time dele ganhar. Não foi por causa da torcida (que saiu).