Ainda falta um jogo a ser disputado, mas já é possível afirmar: a nova regra para evitar a cera dos goleiros não foi cumprida com rigor na primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Nenhuma infração foi marcada e foram vários os casos de goleiros – e árbitros – que praticamente ignoraram a orientação.
A nova regra determina que o árbitro marque um escanteio para o time adversário caso o goleiro segure a bola por mais de oito segundos. O árbitro deve sinalizar com as mãos a contagem dos cinco segundos finais, o que até chegou a ocorrer em alguns jogos. A contagem passa a valer quando o jogador está com o controle total da bola, até mesmo deitado.
Em Juventude 2x0 Vitória, no sábado, no Alfredo Jaconi, o árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva abriu a contagem para o goleiro Marcão, do Juventude, aos 20 minutos do primeiro tempo, quando o time gaúcho já vencia por 1 a 0.
Ramon Abatti Abel adotou o mesmo procedimento em Palmeiras 0x0 Botafogo. Aos 48 minutos do segundo tempo, John, do Botafogo, aparou um cruzamento para a área e se jogou ao chão com a bola. Quando o árbitro árbitro abriu a contagem, o goleiro deu um chutão para a frente. Mas ao todo ficou cerca de 20 segundos com a bola nas mãos.
Em outros jogos, goleiros também ficaram mais de oito segundos com a bola em mãos sem que fossem advertidos pela arbitragem e a contagem fosse aberta pelo árbitro. A reportagem do ge separou quatro lances, além do registrado com John (assista ao vídeo mais acima).
Grêmio x Atlético-MG: o goleiro Thiago Volpi, do Grêmio, infringiu a regra em algumas oportunidades. Em uma delas (aos 25 do segundo tempo), ele ficou com a bola por 12 segundos, sem ser advertido por Raphael Claus.
Flamengo x Internacional: o goleiro Rochet, do Inter, ficou com a bola na mão por 17 segundos aos 45 do primeiro tempo e o árbitro Davi de Oliveira Lacerda nada assinalou. Anthoni, que entrou no lugar dele no intervalo, ficou com a bola na mão por 20 segundos aos 48 do segundo tempo.
Vasco x Santos: o goleiro Gabriel Brazão, do Santos, ficou 12 segundos com a bola nas mãos aos três minutos do segundo tempo e também não foi advertido pelo árbitro Rafael Rodrigo Klein.
A regra antiga era mais rigorosa e orientava a arbitragem a marcar tiro livre indireto para a equipe adversária toda a vez que o goleiro demorasse mais de seis segundos com a bola nas mãos. Como muitas vezes resultaria em um lance de perigo e dificilmente os árbitros marcavam, a Fifa aumentou dois segundos no tempo e trocou a punição para um escanteio.
Um dos objetivos com a medida é aumentar o tempo de bola rolando nos jogos. A Fifa considera ideal ao menos 60 minutos e bola em jogo. A média nos nove jogos disputados na primeira rodada do Brasileirão foi de 59 minutos e 58 segundos (61%), contra 37 minutos e 58 segundos de bola parada (39%).