O Vasco teve mais trabalho que o esperado – e mais dificuldades do que deveria – para bater os reservas do Botafogo, mas o magro 1 a 0 foi o bastante para nos manter na segunda colocação e ainda na cola pela liderança. E pelo que se pode ver no jogo, as complicações que tivemos tiveram origem muito mais por conta das nas nossas limitações que pela qualidade do adversário. A garotada do Canil pouco fez e aparentemente pouco poderia ter feito e nós não tivemos capacidade de fazer uma apresentação melhor.
Diante de um alvinegro fechadinho, a habilidade do Montoya fez muita falta. Com ele em campo, certamente encontraríamos mais espaços no bloqueio botafoguense. Bernardo, seu substituto, foi muito marcado e não conseguiu fazer a diferença. Com isso, não transformamos nosso maior volume de jogo em muitas jogadas claras de gol. E nas poucas oportunidades que tivemos, vimos Renan, o goleiro adversário, ter uma grande atuação e garantindo a igualdade no placar durante o primeiro tempo inteiro.
Adilson, que sem Montoya teve que mudar seu esquema tradicional (atuamos pela primeira vez no ano num 4-4-2 clássico), mexeu na equipe sem alterar sua formação, trocando Bernardo por Pedro Ken ainda no intervalo. A alteração fez com que tivéssemos um domínio ainda maior do meio de campo, mas não resolveu a pouca objetividade ofensiva. O time não tinha penetração e passou a maior parte da etapa final girando a bola no campo adversário sem conseguir criar boas chances para conclusão.
As coisas só começaram a mudar justamente quando o treinador vascaíno resolveu voltar ao 4-3-3 de sempre. Tirando Bastos e colocando Thalles em campo, até cedemos mais espaços ao Botafogo, mas passamos a ser mais efetivos no ataque. O alvinegro até chegou a dar algum trabalho para Martín Silva, mas quem acabou marcando fomos nós, após Marlon acionar Edmilson, que se livrou da marcação e cruzou na medida para o garoto Thalles mostrar mais uma vez sua estrela na Arena Maracanã, marcando seu quarto gol no estádio e garantindo a vitória.
Não foi uma bela partida, não teve goleada, mas garantimos os três pontos e, independente do time escalado pelo adversário, contra um dos grandes do Rio. Foi importantíssimo não perdemos a chance de vencer nesse momento, quando o Botafogo está mais preocupado com a pré-Libertadores. Depois de quarta-feira, o alvinegro terá resolvido sua situação na competição continental e terá que correr atrás do prejuízo no Estadual, certamente dando mais trabalhos nos clássicos que lhe faltam.