Uma coisa é querer trabalhar.
Outra é querer sofrer.
Felipão está ávido por uma boa proposta, esteve aberto a receber o convite do Bahia, antes da chegada de Mano Menezes, e considerou fortemente a ideia de se mudar para Salvador. O projeto do presidente Guilherme Belintani é consistente. O convite não se confirmou.
A troca de olhares com o Corinthians existe ainda, mas a eleição impede formalizar um contrato longo. Andrés Sanchez não fez proposta.
Cruzeiro e Vasco, sim.
Desde o início, os agentes que trabalham com o treinador do penta respeitaram a oferta vascaína. Mas há razões familiares para não viver no Rio de Janeiro. Também o entendimento de que o Vasco não tem um plano consistente.
Convenhamos, o presidente Alexandre Campello fez uma lambança. Demitir Ramon Menezes sem ter o substituto e receber um não categórico de Dorival Júnior e Felipão é a prova provada da falta de planejamento.
Na manhã de segunda-feira (12), o Cruzeiro tinha convicção de que Felipão aceitaria o projeto. Há, no entanto, problemas graves para levar o clube celeste de volta à Série A. A proibição da Fifa de contratações, a dificuldade financeira e a provável necessidade de trabalhar apenas com os jogadores disponíveis no momento. Um plano de recuperação de três anos poderia ser bem-vindo. Sem chance de sucesso fica um bem mais difícil.
Ainda é possível que o Cruzeiro volte a procurar o treinador, que tente seduzi-lo com a promessa de que poderão conseguir reforços. Improvável.
Pela questão financeira, Felipão não precisaria trabalhar. Ele quer.
Mas o projeto tem de ser consistente.