Philippe Coutinho fala da expectativa de sucesso na Inter de Milão

Philippe Coutinho, do Vasco, e Wellington Silva, do Fluminense, não foram cogitados para o bonde da África, mas trilham um caminho promissor (e parecido).
Colegas de Neymar na seleção sub-17 que disputou o Mundial da Nigéria em 2009, ambos tinham 16 anos quando foram vendidos para grandes clubes da Europa em transações milionárias. Antes da mudança, porém, eles provaram valer cada centavo se destacando no último Campeonato Carioca, junto com outro expoente da nova geração: o atacante Caio. Correndo por fora, ele viu sua estrela brilhar e foi um dos principais jogadores do título botafoguense.
São três talentos revelados por clubes graúdos do Rio que sonham estar na Copa de 2014.

— Penso muito nisso e preciso trabalhar para realizar esse sonho.
Vou iniciar uma vida nova fora do Brasil e quero me concentrar — diz o atacante Wellington.
Tanto ele quanto o meia do Vasco foram vendidos por cerca de R$ 10 milhões cada. Wellington vai para o Arsenal, da Inglaterra, assim que completar 18 anos, em janeiro de 2011. Já Phillipe fez 18 este mês e vai para o Internazionale de Milão, feliz comprador do seu passe.
Em entrevista recente, o presidente do Inter, Massimo Moratti, chamou o garoto de fenômeno. Ele quer vêlo no clube ainda em julho.

— Kaká e Ronaldinho Gaúcho são os meus ídolos e procuro me espelhar bastante neles — diz o tímido Coutinho.
Crescido num condomínio de classe média no Méier, o jogador não deixa o sucesso subir à cabeça.
É o pai quem controla seu dinheiro.
Comparado a Messi e apontado como uma das dez promessas da década, ele quer ser o novo Imperador do Inter.

— Seguir os passos do Adriano seria ótimo — diz o jogador, sobre o ex-Imperador do Inter, que agora está no Roma.
Fora de campo, porém, Coutinho nada tem a ver com o polêmico atacante.
Caseiro e avesso a badalação, namora há dois anos Ainê, de 17 anos, e quer levá-la para Milão, onde vai morar com os pais. Seus passatempos prediletos são videogame, cinema e teatro. Mas, mesmo levando uma vida pacata, teve que deletar seu perfil no Orkut por causa do assédio das garotas.

— Um monte de menina me adicionava dizendo que me amava e minha namorada acabava brigando comigo — conta ele, rindo.
O botafoguense Caio é um pouco mais extrovertido.
Aos 19 anos, ele namora Larissa, de 15, que mora em Volta Redonda, sua cidade natal. O jogador viu seu Orkut bombar e seu salário aumentar depois de fazer o gol sobre o Flamengo que deu o título da Taça Guanabara ao Botafogo.
Experiente, guarda uma grana para comprar a casa própria. Esse amadurecimento se deu nos seis anos em que morou em Boston, nos EUA, onde frequentou uma esœ WELLINGTON Silva custou cerca de R$ 10 milhões ao inglês Arsenal cola e chegou a recusar propostas de universidades americanas.

— Sou cavalheiro à moda antiga, mas aprontei bastante quando era mais novo. Peguei muitas gringas.
Elas não gostam dos feinhos americanos — diz, cheio de marra.
Vaidoso, depois que voltou ao Brasil, trocou o bermudão, a camisa larga de basquete, o boné para trás e os cordões metálicos estilo pimp por calça jeans apertadinha e camiseta tamanho “P”.
Mas a camisa que ele mais quer vestir é a verde e amarela: — Tenho contrato com o Botafogo até 2014. Quero me destacar no Brasileiro deste ano para ter chance na seleção.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)