Quando foi avisado pela reportagem do UOL Esporte, na última segunda-feira, de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) rompeu de forma unilateral o contrato que tinha com a entidade que comanda, o presidente da FBA, José Neves Filho, se mostrou surpreso. O dirigente mantém a posição de não comentar sobre o caso, já que não foi notificado oficialmente, mas foi duro com os seus opositores.
Entre as acusações feitas, a única que Neves Filho concorda é o sobre o baixo valor das cotas pagas aos clubes participantes da Série B do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, o dirigente nega que problemas na sua administração tenham motivado essas cifras.
\"Eles podem me acusar que os recursos eram poucos, porque eram mesmo. Mas o que eu posso fazer? Eles só não podem falar de má gestão\", disse Neves Filho, citando a evolução dos valores médios das cotas, que começaram a ser pagas apenas em 2006 (R$ 300 mil) e subiram em 2008 (R$ 740 mil).
Os opositores, no entanto, veem a situação de outra forma. O problema para o valor baixo das cotas seria o endividamento da FBA. \"Quando comecei a disputar a Série B, no ano passado, eles não deviam nada. Quando o campeonato terminou, tínhamos de cobrir uma dívida de R$ 4 milhões. Tem alguma coisa errada aí\", afirmou Marco Antonio Chedid, presidente do Bragantino.
\"Isso é uma grande mentira. Quando assumi, em novembro de 2005, a FBA estava quebrada, com uma dívida de R$ 10 milhões. Ao assinar o primeiro contrato de transmissão com a Globo, em janeiro de 2006, fizemos um acordo para que fossem descontados R$ 2 milhões, até 2010, para a quitação dessa dívida\", rebateu o presidente da FBA.
O mandatário da entidade vai além. Segundo ele, os clubes paulistas, liderados pelo Corinthians, e o Vasco da Gama, \"conspiraram\" contra ele, graças a sua origem.
\"Os [clubes] paulistas sempre foram preconceituosos porque sou nordestino. Tanto que fizeram a conspiração na Federação Paulista [de Futebol, no ano passado], mas isso foi abafado. Esse ano começou de novo com o Corinthians. Preconceito é preconceito, e foi isso o que eu senti\", completou o presidente da FBA.